Chuva causa prejuízo na produção de tomate em São Paulo

Sem a mudança no clima, a expectativa é de que muitas caixas serão descartadas até o final da safra

Os produtores de tomate da região de Sumaré, no interior de São Paulo, estão amargando prejuízo de cerca de 30% sobre a produção por causa das chuvas dos últimos dias. Se o clima não ajudar, até o final da colheita o prejuízo pode ser ainda maior.

Para quem vê de longe o pomar de tomates da variedade longa vida, mais conhecido como tipo Carmem, vai bem: são aproximadamente 1 milhão de pés carregados e com bom tamanho, mas é de perto que aparecem os problemas, como as manchas no fruto. “Choveu muito e não é normal chover o que choveu no mês de maio”, lamentou o produtor de tomates Gerson Stein.

Para o agrônomo Marcos Ravagnani, presidente da Associação de Agricultores de Sumaré, a chuva prejudica a planta do tomate, que acaba absorvendo uma quantidade excessiva de água. “Essa umidade provoca uma absorção maior pela planta, que acaba transbordando para os frutos que, por não terem uma pele tão elástica, acabam rachando”, disse.

A região de Sumaré tem duas safras de tomate ao ano, que duram de 60 a 70 dias. A primeira vai do fim de abril até junho e a segunda de outubro até dezembro. Para complicar ainda mais a vida dos produtores locais, cerca de 90% da segunda safra do ano passado foi prejudicada por granizo.

“Na verdade, o seguro do ano passado minimizou os prejuízos. A expectativa era de que a gente conseguisse recuperar nessa safra, mas o que aconteceu foi que conseguimos, basicamente, cobrir o custo desta safra atual. Para cobrir os prejuízos do ano passado, teremos que esperar a próxima safra”, disse Stein.

Na propriedade de Gerson, a perda para a safra atual é estimada em 30%, sendo que 12 mil das 20 mil caixas colhidas devem ser descartadas. Segundo ele, a produção total desta safra deveria chegar a 40 mil caixas de 25 quilos. Para cobrir os custos estimados em R$ 8 reais por planta deveria conseguir, ao menos, R$ 28 por caixa, mas o mercado paga no máximo R$ 25.

Para Marcos Ravagnani, se o produtor resolver colher o tomate nas atuais condições poderá amargar um prejuízo ainda maior por causa da qualidade do produto. Neste caso, se depender dos preços do mercado, o tomate terá um único destino e não será a mesa do consumidor final.