Chuva que prejudicou colheita no Sul deve melhorar solo para a soja

Produtores do Paraná tiveram perdas consideráveis por causa do excesso de chuvas que o estado enfrentou nas últimas semanas

Fernanda Farias | Campo Mourão (PR)

No Paraná, os agricultores consideram as últimas chuvas um recorde para o mês de julho. Em 20 dias, foram cerca de 500 mm de água, quase o triplo do normal para o período. E o resultado do excesso de chuva é a baixa qualidade dos grãos e o aparecimento de doenças.

O gerente técnico da cooperativa Coamo, Marcelo Sumyia, afirma que as perdas nas lavouras de trigo têm variado de 30% e 70%. O problema é a falta de produtos eficientes para combater a giberela e o brusone, principais fungos que atacam a cultura. No caso do milho, o agrônomo avalia que a situação poderia ser pior, caso a chuva tivesse aparecido mais cedo, na época de florescimento do grão.

– Pontualmente está ocorrendo em alguns municípios uma qualidade inferior, mas, de uma forma geral, a qualidade do produto nesta safra vai atender a demanda do mercado, para o consumo dos animais, de ração ou de outros derivados – explica.

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Nesta área de 50 hectares, o resultado da colheita já é negativo. O vento derrubou os pés de milho e a máquina não conseguiu colher todos os grãos, ficou cerca de 20 sacas por hectare espalhadas no chão da lavoura. O produtor Gabriel Jort já calculou o prejuízo dessa colheita, quase R$ 1400 por alqueire só do milho que não foi colhido. Além disso, o excesso de umidade fez parte da produção ficar com o grão ardido.

A reclamação é a mesma do agricultor Vicente Mignoso, que plantou 200 hectares de milho. A margem de lucro reduziu 30% porque os últimos talhões colhidos não têm a mesma qualidade de antes das chuvas.

Só que, por outro lado, o inverno chuvoso pode trazer bons resultados para a safra de verão, com o melhor desempenho dos produtos aplicados nas lavouras e uma melhor condição do solo.

– Quando o inverno que tem uma regularidade de chuvas, a condição de entrada do plantio de verão já vem de uma forma mais favorável, com melhor eficiência nos tratamentos de sementes, com mais eficiência dos herbicidas que controlam as plantas daninhas – explica Marcelo Sumyia.

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