Chuva no plantio e estiagem em abril derrubam segunda safra de milho em MS

Clima reduz potencial produtivo das lavouras do cereal no estado. Agricultores que semearam tardiamente ainda correm o risco de enfrentar geadas

Fonte: Luiz Carlos / Arquivo Pessoal

A combinação entre excesso de chuvas durante o período de plantio e estiagem no mês de abril reduziu o potencial produtivo das lavouras da segunda safra de milho da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul. Agricultores projetam que a colheita será significativamente menor do que a do ano passado. 

De acordo com José Tarso Rosa, tesoureiro do Sindicato Rural de Dourados e que cultiva 700 hectares na região de Laguna Carapã, as lavouras que foram semeadas mais cedo, em janeiro, sofreram com o excesso de chuvas no período de plantio. Mais tarde, em abril, as plantações ficaram cerca de 20 dias sem precipitações, o que prejudicou praticamente todas as lavouras, informou Rosa.

O presidente do sindicato, Lucio Damalia, disse que o plantio na região de Dourados se estendeu de janeiro até o início de abril. Assim, a falta de chuva pegou o milho em diversos estágios de desenvolvimento. “A safra está ruim, tivemos muitos problemas com o clima e, agora, para as áreas que foram semeadas mais tarde, ainda temos a possibilidade de geadas”, disse. Conforme revelou Damalia, alguns produtores abandonaram parte das lavouras. Ele ponderou, contudo, que as últimas lavouras que foram semeadas podem reverter parte dos danos se voltar a chover de forma regular.

A Agroconsult estima que o rendimento médio das lavouras no estado será menor do que o do ano passado. A mais recente projeção é de que serão colhidas 85 sacas por hectare na safra atual, ante 94 sacas por hectare no ciclo anterior. Em palestra a produtores, Fabio Meneghin, sócio analista da Agroconsult, alertou que o número pode ser revisado para baixo novamente pela consultoria. “De acordo com o que a equipe observou no campo, este número deve ser reduzido”, disse ele.

Com 800 hectares semeados com milho safrinha no município de Laguna Carapã, o agricultor Luiseu Bortoloci, estima que terá produtividade ainda menor, entre 50 e 70 sacas por hectare, a depender da área. No ano passado, em média, Bortoloci colheu 90 sacas por hectare. “Ficou sem chover por quase 30 dias, isso causou muito prejuízo”, lamentou ele.