Um exemplo é a propriedade de Ernesto Akio Oyama. Na área em que normalmente eram cultivadas mais de 20 espécies de verduras, o excesso de água não permitiu o plantio adequado. Nem mesmo o trator consegue entrar na lavoura para preparar a terra.
— Já fazem mais de três meses que tem chovido direto e como está chovendo direto, a água acaba brotando do chão. Você dá uma cavocada e a água já começa a aparecer do chão. Não tem como entrar com o maquinário para você fazer um canteiro e poder plantar — afirma.
Com isso, a produção caiu pela metade. Antes das chuvas a produção chegava a 20 caixas de alface por semana, mas agora não passa de 10 caixas. Com as chuvas diárias também não é possível fazer a capina. Assim, o mato toma conta das verduras.
A situação enfrentada por Oyama também vem acontecendo em muitas outras propriedades. Para o engenheiro agrônomo Daniel Bruno Beluti, os produtores devem ter atenção, porque, além de quebra na produção, o excesso de umidade pode ocasionar infestações nas lavouras.
— Em primeiro lugar vai prejudicar o sistema radicular e isso vai refletir no desenvolvimento da planta. As doenças e algumas pragas também são favorecidas por esse excesso de umidade. As folhas ficam mais tempo molhadas e isso favorece o desenvolvimento de doenças — explica.
Beluti explica que a melhor alternativa para cultivo em locais úmidos é a construção de canteiros com 40 centímetros de altura, porque aí a terra fica menos molhada nos locais onde ficarão as raízes da planta, mas a construção desses canteiros só pode ser feita antes de começar a chover. Então, nesse momento, o melhor mesmo é aguardar pelo sol.
— Melhor esperar, porque se plantar e tiver alagado a planta não vai se desenvolver.