Produtores que tentaram aproveitar a umidade do solo para seguir plantando até o início de maio tiveram de lidar com o surgimento de um fungo chamado podridão do abacaxi, que não deixou as plantas germinarem. O replantio é inevitável.
– O custo de produção vai ser bem maior com dois plantios em pouco tempo. Umidade quando a temperatura começa a baixar é um ambiente propício para este fungo de solo. O pessoal tem que fazer o tratamento do tolete, neste caso, deste fungo, usando fungicidas – aponta o engenheiro agrônomo Rodrigo Piau, explicando o prejuízo poderia ter sido evitado com o uso adequado de defensivos.
O problema maior está no canavial pronto para colher, que foi atacado pela ferrugem alaranjada. A praga vai se alastrando pelas folhas, reduzindo a produtividade.
Além das doenças, a chuva fora de época está gerando perdas diretamente no valor pago aos produtores. Índice que aponta a quantidade de açúcar na cana e que regula o pagamento aos produtores pelas usinas, a ATR está 10 quilos inferior à média registrada na mesma época do ano passado. Na prática, isso representa R$ 5,00 a menos por tonelada.
Para o agricultor Ademir Ferreira de Mello, que vai colher 300 mil toneladas, o prejuízo chega a R$ 1,5 milhão. A média de preço da tonelada no ano passado foi de R$ 69,00. Neste inicio de ciclo, o valor não passa de R$ 50,00.
– Você tem um problema de chover muito, outra hora de chover de menos, outra hora é geada. Então a gente tem que estar preparado para assumir estes problemas. Isso faz parte do nosso jogo – afirma.