A estiagem nas áreas produtoras de café do Brasil prejudicou o desenvolvimento dos grãos. A chuva, que veio tardia, não será suficiente para recuperar a produção de 2014. Na fase de granação, entre janeiro e fevereiro, as altas temperaturas prejudicaram o grão, devido a isso, eles estão menores do que o normal. Os produtores aguardam o fim da colheita para quantificar a quebra da safra.
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A produtora e diretora da Cooperativa de Produtores de Café da Região do Cerrado Mineiro de Araguari, de Minas Gerais, Evanete Peres Domingues, calcula que as perdas devem ficar entre 10% e 20% em relação à safra anterior. Ela conta que mesmo com irrigação nos 210 hectares cultivados, em alguns talhões o grão está bem menor do que o normal. A produtora considera que a alternativa amenizou, mas não resolveu totalmente o problema. O déficit hídrico da região é de 400 milímetros, em média. Segundo Evanete, apenas no fim da colheita, que acontece em setembro, é que vai ser possível ter dados mais concretos.
– Eu tenho talhões com perdas maiores e talhões com perdas menores, dependendo de como foi a irrigação. Onde não houve irrigação, a perda é bastante significativa mesmo no cerrado. A chuva minimizou, mas não resolveu o problema nem dessa colheita, nem da próxima. Acredito que no ano que vem vamos ter uma perda entre 10% e 20% em função da seca – salienta.
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Já no sul de Minas Gerais, a queda na produção de café deve ser ainda maior. Em janeiro choveu apenas 30 milímetros. O diretor da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas, Nivaldo de Mello Tavares, afirma que os produtores esperavam por 500 milímetros, que é o normal para a época do ano.
– A quebra aqui é muito alta porque nos meses de janeiro e fevereiro, quando o grão precisava de água para formar a granação, faltou. Agora é que se está verificando a dimensão da quebra, que deve ser de 25 a 30%, no mínimo. No sul de Minas, é 100% para o arábica. Vamos ter dificuldades para exportar. Se for considerar o todo, o arábica tem uma quebra mais acentuada no sul de Minas e, em outras regiões, menos, em torno de 20%, mas em compensação tem um aumento do conilon, numa quantidade menor. O Brasil produz 15 milhões de sacas de robusto, já de arábica são 34 milhões – explica Tavares.
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