Chuva e umidade podem ter comprometido até 15% da lavoura de milho safrinha no Paraná

Mesmo com o tempo seco da semana passada, a colheita está atrasada na comparação com o mesmo período do ano passadoO clima úmido ainda preocupa os produtores de milho do Paraná. Mesmo com o tempo seco da semana passada, a colheita está atrasada na comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa de uma safra de 38 milhões de toneladas começa a ser afetada em produtividade e qualidade. Até segunda, dia 8, haviam sido colhidos apenas 8% da área plantada.

Em Ourizona, o produtor José Rogério Volpato avalia os prejuízos em sua lavoura de 200 hectares de milho, junto com a técnica Cristiane Viegas. As plantas deitadas e as espigas com grãos de má qualidade são reflexos dos ventos e chuvas fortes, além do granizo.

– O lote mais afetado é este de 85 hectares, só aqui o produtor perdeu R$ 100 mil que foram gastos com a produção. Sem contar o que ele vai deixar de comercializar, já que 80% do que foi plantado esta perdido – aponta a técnica Cristiane Viegas.

– Além dessa catástrofe que aconteceu aqui na região, os preços caíram também, vai ficar difícil para o produtor. Do que a gente está vendo aqui, não dar para colher praticamente nada do milho e o seguro agrícola é ainda um pouco falho nessa parte, porque ele não garante a produção, só ajuda um pouco no pagamento do custeio. A gente vai ficar com o prejuízo – lamenta Volpato.

Na época de plantio do milho safrinha, o produtor investiu na lavoura porque o preço da saca era considerado bom, em torno de R$ 28 e, até então, a aposta era por uma boa colheita.

– Quando se planta, você faz uma expectativa de 250 sacas por alqueire, que daria uma receita de R$ 5 a R$ 6 mil no valor que estava quando plantamos. Hoje, como o valor já abaixo dos R$ 20 e sem a produção, vai ficar difícil. O custo ficou na faixa de R$ 3 mil por alqueire, mais óleo diesel e maquinário para colheita.

De acordo com o coordenador técnico de culturas da maior cooperativa da região, o noroeste do Paraná foi o local mais atingido no Estado, com perdas que variam entre 10% e 15% nas lavouras. Emerson Nunes, da Cocamar, diz que a chuva de vento com granizo atingiu bastante o milho.

– Uma avaliação que vamos ter de fazer daqui para frente é a qualidade, a gente acha que vai perder muito em qualidade – diz Nunes.

A colheita começa na próxima semana, mas a expectativa inicial de 750 mil toneladas de milho pode sofrer alterações. Antes do período das chuvas os produtores enfrentaram outra adversidade climática, uma forte estiagem que durou mais de 50 dias.

 

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