No entanto, é preciso atenção, a partir de agora, porque além das chuvas frequentes que favorecem a doença, a colheita da soja precoce, em algumas regiões brasileiras, deve empurrar o fungo causador da ferrugem para as áreas de ciclo médio e tardio, avalia a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.
Ela explica que algumas áreas que estão sendo colhidas já perderam o efeito residual dos fungicidas, no entanto, o fungo causador da doença continua se multiplicando. Neste caso, os esporos do fungo, que é disseminado pelo vento, vão buscar novas plantas para se instalar.
? Por isso é importante monitorar a lavoura, mesmo depois de feita a primeira aplicação, nestas áreas, para definir se haverá necessidade de reaplicação e definir qual deve ser o intervalo a ser adotado ? alerta.
De acordo com o Consórcio Antiferrugem, atualmente estão registrados 1.139 focos distribuídos na principais regiões produtoras de soja do país ? Paraná (418), Goiás (193), Mato Grosso do Sul (163), Mato Grosso (131), Rio Grande do Sul (103), Bahia (65), Minas Gerais (28), Santa Catarina (19), São Paulo (9), Rondônia (9) e Maranhão (1).
O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, diz estar preocupado com aumento de focos nas últimas semanas, em decorrência das chuvas.
? Estamos preocupados porque, no ano passado, as perdas foram maiores na soja de ciclo médio e tardio. É preciso redobrar o monitoramento da safra, apesar de muitos produtores já terem feito aplicações na floração da soja.
Em Goiás, apesar dos 171 focos registrados, a severidade da doença não está alarmante como nos anos anteriores, informa o gerente de pesquisa e produção do CTPA, José Nunes Júnior. Para ele, este cenário é decorrente das condições climáticas que não favoreceram a doença.
? Houve atraso nas chuvas ? explica.
De acordo com Nunes, o sudoeste goiano já está colhendo a soja precoce, mas ainda há muita soja de ciclo médio e tardio.
? Portanto, a pressão do fungo sobre a soja deve ser grande agora. O produtor tem que estar atento e vigilante para evitar as perdas ? recomenda.
Confira a situação da ferrugem em outras regiões produtoras no Sistema de Alerta, que pode ser acessado no endereço eletrônico www.cnpso.embrapa.br.