Clima comprometeu as primeiras variedades em algumas regiões, outras tiveram que replantar
Canal Rural | Mato Grosso
As chuvas irregulares em Mato Grosso prejudicam o plantio de soja. Em algumas regiões, o clima adverso atrasou o cultivo e comprometeu as primeiras variedades plantadas do grão nesta safra. Em outras lavouras, o replantio teve de ser feito. Essa realidade foi constatada pelo sétimo circuito Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), uma espécie de raio-x da produção.
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Flávio Eduardo Reis de Carvalho, responsável técnico por uma fazenda em Campo Verde, diz que nessa safra conta com 2,3 mil hectares plantados com soja. A instabilidade do clima o deixa preocupado.
– Este ano está com menos chuva mesmo, menos frequência, menos volume comparando ao ano passado, está bem pouco mesmo – afirma.
No mês de agosto o acumulado de chuvas na propriedade não chegou a 80 milímetros e comprometeu as primeiras variedades de sojas cultivadas nessa safra.
– A semente não saiu legal, ficou com uma população baixa, e nós então resolvemos replantar. A gente fica contando com a sorte, mas infelizmente vai entrar como prejuízo. A semente, o óleo diesel e os defensivos para o tratamento, 3 mil quilos só de sementes de prejuízo – diz Carvalho.
O diretor técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas, afirma que a questão climática continua angustiando os sojicultores.
– O ano passado a gente teve chuva a partir do dia 24 de outubro de uma forma regular, onde o pessoal pode entrar semeando e tendo uma regularidade durante a safra. Nessa safra 2015/16, com o El Niño muito forte e presente, a falta de chuva tem sido a grande angústia. Quem fez um plantio correndo o risco onde são áreas mais arenosas está tendo problemas, vão ter replantio – diz.
Nessa semana, a equipe da Aprosoja que percorre as regiões sul e leste do estado tem a companhia da Embrapa. O pesquisador Alexandre Lima Nepomuceno, que acompanha a visita nas propriedades, ressalta a importância da aproximação entre os produtores e a pesquisa.
– Estou muito interessado em ver que problemas têm surgido com as novas tecnologias. Por exemplo, plantas tigueras com resistências a diferentes herbicidas e a questão de quebras de resistências em alguns materiais resistentes a BT. Então a gente vai estar observando isso e tentar levar isso a outros fóruns. Como eu sou membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, é interessante a gente ter essa visão do mundo real, do que realmente está acontecendo na lavoura com essas novas tecnologias de engenharia genética na agricultura brasileira – afirma.
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