Segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura (Deral), 81% do trigo do Paraná já estão nos armazéns. O Estado é o maior produtor nacional, com mais de 50% das 5,5 milhões de toneladas previstos para esta safra no país. Até agora, a produtividade paranaense estimada é de 2,85 mil quilos por hectare, e pode ser recorde. Falta saber como vão ficar os 20% que ainda estão nas lavouras do sul, entre Ponta Grossa e Curitiba. Para o Deral, a chuva que cai na região não deve gerar perdas tão severas quanto as do Rio Grande do Sul, que chegaram a 40%.
O Paraná deve colher 3,050 milhões de toneladas de trigo, 59% a mais do que a safra de 2007. E, mesmo que a qualidade caia um pouco, o produtor tem um material avaliado por especialistas como de alto nível a oferecer, mas para um mercado também abarrotado de trigo importado.
Por isso, o presidente da Corol, uma das maiores cooperativas do Paraná, Eliseu De Paula, tem dois conselhos: primeiro, quem pode esperar até março ou abril de 2009 para vender, vai ganhar mais do que os R$ 530 a tonelada pagos pelo governo federal na semana passada (a Argentina passa por uma seca, o que pode favorecer o trigo nacional). E, quem precisa de dinheiro, deve pressionar o governo, pelo menos, a melhorar o valor do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), que procura estimular o envio de trigo para o Norte e Nordeste.