Chuvas podem favorecer surgimento da ferrugem asiática em Dourados

Especialista diz que sintomas podem ser observados já no próximo final de semanaO aparecimento da ferrugem asiática da soja nas lavouras pode ser favorecido pela chuva ocorrida entre os dias 31 de dezembro e 3 de janeiro, em Dourados (MS). O Consórcio Antiferrugem da Embrapa registrou, até a última terça, dia 6, dois focos de ferrugem asiática da soja em Mato Grosso do Sul: um em Aral Moreira e outro em Chapadão do Sul. No mesmo período da safra passada, 59 focos foram comunicados ao sistema de alerta do Consórcio.

? Considerando que o fungo está amplamente disseminado e que o ciclo da doença, desde a infecção até a liberação de esporos, dura em torno de seis a nove dias, dependendo das condições climáticas, é possível que, a partir do próximo fim de semana os sintomas da ferrugem sejam observados na região ? alerta o fitopatologista da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados, Alexandre Roese.

O pesquisador explica que a relação entre chuva e doença é muito forte, pois o fungo causador precisa de água livre sobre as folhas para iniciar o processo de germinação dos esporos, infecção e desenvolvimento da praga. Por isso a falta de chuvas no Estado ajuda a explicar a pequena quantidade de focos da doença detectados.

Segundo ele, antes de tomar qualquer decisão sobre o uso de fungicidas, o produtor rural deve considerar, além da ocorrência da ferrugem, as condições climáticas e a situação da lavoura.

? É preciso analisar se vale a pena investir na lavoura, dependendo dos prejuízos já causados pela estiagem ? aconselha.

Ferrugem da soja

A ferrugem da soja é uma doença que exige muita atenção do produtor e a única forma de controle é a aplicação de fungicidas. De acordo com Roese, para que a aplicação seja eficiente é necessário vistoriar a lavoura frequentemente e intensificar esta prática após o florescimento da soja, quando as chances de ocorrência da praga são maiores.

O fitopatologista recomenda vistoria das lavouras, pelo menos, de duas a três vezes por semana.

? Na aplicação, é necessário observar as regulagens dos equipamentos de pulverização, as condições climáticas do momento, o volume de calda e o tamanho de gotas, além das recomendações dos fabricantes de fungicidas ? ressaltou.