Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Chuvas recentes não podem recuperar perdas de safra de café 2014

Estiagem em período de desenvolvimento dos grãos deve gerar perdas de 9,33% em relação a safra passadaAs recentes chuvas nas áreas produtoras de café do Brasil não são suficientes para propiciar a recuperação da produção deste ano. A avaliação foi feita pelo Conselho Nacional do Café (CNC), divulgada em comunicado nesta sexta, dia 06. • Avanço em colheita permite quantificar quebra do café com clima

Além de terem ocorrido em baixo volume, as chuvas não têm potencial para melhorar a produção, considerando os aspectos agronômicos e fisiológicos, “já que os grãos já passaram por sua fase de granação, ou seja, já desenvolveram o que tinham que desenvolver”, informou a CNC.

A Fundação Procafé apurou que a safra deste ano deve alcançar entre 40,1 milhões e 43,3 milhões de sacas de 60 kg. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta a safra em 44,57 milhões de sacas, 4,58 milhões de sacas a menos que a safra 2013 (49,15 milhões de sacas), o que corresponde a uma redução de 9,33%. A redução da produção, principalmente de arábica, é atribuída à estiagem atípica no verão, com elevadas temperaturas, principalmente entre janeiro e fevereiro.

O ministro da Agricultura, Neri Geller, em recentes declarações à imprensa, informou que previsões de safra divulgadas pela Conab deverão ser revisadas, já que o impacto da seca teria sido “amenizado” por chuvas ocorridas nos últimos dias.

Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, o posicionamento do ministro, sem o devido embasamento, é incabível especialmente com os mercados abertos.

– Isso pode levar a tomada de decisões equivocadas por parte de muitos players que não estão no campo acompanhando o que está acontecendo – salientou Junqueira.

O CNC reforça que “o máximo que essas precipitações poderiam ocasionar seria uma recuperação das plantas para a safra 2015, no entanto, o volume de água foi muito baixo e, portanto, insatisfatório para suprir o solo e os pés de café para passarem pelo período seco”. Segundo a nota, nem sequer o crescimento dos ramos seria possível com a retomada das chuvas, pois essa fase fisiológica também já passou em janeiro e fevereiro.

Conforme o Conselho, os primeiros grãos colhidos têm apresentado rendimento menor, aspectos mal granados, miúdos e peneira baixa. “É válido frisar, ainda, que a retomada das chuvas, no presente momento, pode trazer novo problema relacionado à qualidade, pois derrubaria os grãos dos pés e interferiria na secagem da produção”, conclui a entidade. 
 
Café no mercado

Importadores de café não estão enfrentando dificuldades para conseguir o produto, apesar da forte estiagem que castigou as regiões produtoras do Brasil no começo do ano e fez com que os preços atingissem, no final de abril, o maior nível em mais de dois anos. Desde então, as cotações caíram mais de 20%. As informações foram repassadas por traders, durante uma conferência do setor em Norfolk, na Virgínia (EUA).

Os estoques amplos são outro indício de que não há uma corrida pelo café. Se houvesse uma escassez muito grande de café no Brasil neste ano, os estoques certificados pela Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estariam diminuindo mais rapidamente, segundo traders. Essas reservas vêm caindo desde dezembro e estão próximas de 2,5 milhões de sacas, o nível mais baixo em apenas 18 meses. Em março de 2011, comparativamente, havia nos armazéns certificados pela ICE 1,6 milhão de sacas, o menor patamar em 11 anos.

– Os estoques indicam que a situação, pelo menos no curto prazo, é confortável – disse Julio Sera, consultor sênior de gerenciamento de risco da INTL FCStone em Miami.

Para ele, o mercado deve ficar neste ano entre um déficit de dois milhões de sacas e um excedente do mesmo tamanho, dependendo dos danos causados pela seca no Brasil. A diferença entre as várias projeções para a safra brasileira mostra que ninguém sabe exatamente o tamanho das perdas, acrescentou Sera. O consultor espera que os preços do café encerrem o ano em uma faixa entre 150 e 175 cents por libra-peso, contanto que as lavouras do Brasil não sejam castigadas por fortes geadas ou sofram com um El Niño mais rigoroso nos próximos meses.

 

Agência Estado
Sair da versão mobile