O grão, que chegou a valer R$ 18 a saca de 50 quilos na safra retrasada e R$ 24 na passada, agora ganhou preço. É o reflexo da menor oferta do produto no mercado. O produtor Carlos Simonetti, que planta dois mil hectares de arroz, em Uruguaiana, está comercializando agora parte do grão que ficou da safra passada. Ele está satisfeito com o valor e já pensa para a próxima colheita.
– Vendi 80% da safra antes e 20% estou vendendo agora por um preço bom – afirma Simonetti.
Os produtores de arroz estão otimistas com a próxima safra. Além do preço, as chuvas dos últimos dias na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, contribuíram com as barragens que estavam em média com apenas 40% da capacidade de irrigação.
Segundo a Emater de Uruguaiana, em dois dias choveu em média cem milímetros, o que aumentou o nível das barragens para 70% da capacidade. Segundo os meteorologistas, a expectativa é de chuva para os próximos meses, o que deve garantir água para irrigar todo o ciclo do arroz. Em Uruguaiana, 70% das lavouras de arroz são irrigadas por barragens.
– Não deve ter falta de água – confirma o técnico Emanoel de Deus Torres.
Em Uruguaiana, a expectativa é de que devam ser plantados 80 mil hectares de arroz. O plantio do grão, que começou na segunda quinzena de setembro, vai até 15 de novembro.
Segundo a Empresa Brasileira de Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS), 8% da área prevista para a cultura já foi semeada, avanço de dois pontos percentuais na semana. De acordo com a Scot Consultoria, mesmo com o avanço mais lento, o plantio está mais adiantado que a média e que na safra anterior, quando nesta época os agricultores já enfrentavam déficit hídrico. As áreas mais adiantadas são a fronteira oeste e o centro-leste do Estado.