Cientistas avaliam na Bélgica potencial da mandioca para biocombustível

FAO afirma que investimento em pesquisa e desenvolvimento poderia aumentar o rendimento e o uso industrial do tubérculoA mandioca, raiz de cultivo tropical, poderia ajudar a garantir a segurança alimentar e energética dos países pobres - atualmente ameaçados pelo aumento de preços de alimentos e do petróleo - , afirmou nesta sexta-feira a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Numa conferência mundial em Gante, na Bélgica, cientistas especializados em mandioca pediram mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento, necessários para aumentar a renda dos agricultores e explorar promi

Na reunião de Gante, os participantes analisaram o estado atual da produção mundial de mandioca e as perspectivas futuras. Criaram novos projetos, que serão apresentados de imediato à comunidade de doadores, e um conjunto de investimentos necessários para desenvolver o potencial da raiz frente à crise mundial de alimentos e energia.

Entre essas iniciativas, estão a criação de um sistema de distribuição em cadeia para levar os avanços técnicos até os agricultores (“da semente ao campo e ao mercado”); melhorias na fertilidade do solo mediante uma melhor gestão e um maior uso de insumos; melhorias no conhecimento científico básico da mandioca; aumento de sua cota de mercado pelo desenvolvimento de produtos pós-colheita e treinamento para a formação da próxima geração de pesquisadores nos países em desenvolvimento.

Amplamente cultivada na África tropical, Ásia e América Latina, a mandioca é o quarto cultivo mundial mais importante nos países em desenvolvimento, com uma produção estimada em 226 milhões de toneladas em 2006. É o alimento básico de quase um bilhão de pessoas em 105 países, proporcionando até um terço das calorias diárias. E tem um enorme potencial, já que atualmente o rendimento médio da mandioca é de apenas 20% do que pode ser obtido em condições ótimas.