O percevejo é considerado uma das pragas mais prejudiciais à soja, pois seu dano é direto, afetando o vigor das sementes e a qualidade dos grãos, alterando o balanço de proteínas e óleos. Esses insentos podem se alimentar de várias partes da planta, mas a preferência são as vagens e as sementes. Assim, além da dificuldade na formação dos grãos, as plantas afetadas podem apresentar aborto de vagens, diminuição no peso dos grãos e, ainda, desenvolver distúrbios fisiológicos que retardam a maturação da vagem.
As infestações do percevejo também demonstram importância econômica nas lavouras de milho. De acordo com o engenheiro agrônomo da FMC, Rafael Mezzomo, o controle efetivo no cereal depende do manejo adequado da praga nas plantações de soja, especialmente aos agricultores que cultivam o milho segunda safra.
Confira os cinco pontos cruciais, segundo a FMC, para obter sucesso no controle da praga.
1 – Monitoramento: vigília constante
Atualmente o percevejo está presente em 100% das lavouras de soja do país, por isso seu monitoramento deve ser constante, não somente no momento que ele causa dano. Além disso, é preciso considerar que temos no Brasil a chamada ponte verde, ou seja, existe fonte de alimento (soja, milho, algodão, feijão, trigo e arroz) o ano inteiro.
Causas do insucesso passam pela falha no monitoramento. Por isso, os produtores precisam estar atentos ao uso correto do pano de batida e realizar amostragens periódicas de diferentes pontos da lavoura – preferencialmente antes do início da semeadura. Acima de dois percevejos por pano de batida já acende o sinal de alerta.
2 – Foco: uso de tecnologias específicas
O produtor também precisa se atentar para a utilização de tecnologias e equipamentos focados no combate ao percevejo. Em muitos casos, os produtos usados no vegetativo para lagartas e outras pragas não controlam o inseto.
É preciso utilizar os bicos corretos e a vazão de aplicação recomendada para o percevejo, procedendo de forma correta e segura, seguindo as recomendações indicadas. E, é claro, consulte sempre um técnico.
3 – Fase vegetativa: controle indispensável
Na fase vegetativa, a praga não causa dano direto para a cultura, mas é um dos principais motivos do insucesso no manejo do percevejo e das grandes perdas nas lavouras. Nesse estágio, o principal objetivo das pulverizações é diminuir a população para se obter maior eficiência do controle na fase reprodutiva.
Desde as primeiras etapas o produtor precisa do auxílio dos agroquímicos para realizar o controle efetivo. É fundamental realizar o manejo de resistência, utilizando produtos desde o tratamento de sementes para diminuir a população do inseto, reduzindo a pressão na fase reprodutiva.
4 – Fase reprodutiva: o grande vilão
O estágio reprodutivo é o momento crucial. Nessa fase o dano é direto na produtividade e a qualidade dos grãos. Para o controle, é preciso ter em mente a necessidade de soluções que combatam os ovos, ninfa e o adulto.
Nos últimos anos, também é importante destacar, o aumento da presença de lagartas nesta fase, trazendo danos ainda maiores para a cultura. Nesse sentido o ideal é optar por produtos que tenham eficiência tanto no combate ao percevejo quanto à lagarta, reduzindo assim o volume das aplicações.
Caso o percevejo ainda esteja presente, eliminar o adulto é vital antes da colheita para proteger a sua produtividade e a qualidade da semente.
5 – Milho: a necessidade de controle efetivo na soja
O sucesso no controle no milho segunda safra começa na soja. Utilizar soluções de tratamento de semente que seja eficiente contra percevejos é indispensável. Além disso, é vital controlar o inseto nos primeiros 25 dias da cultura do milho e seu combate deve ser aliado ao controle da spodoptera a fim de garantir sucesso na cultura do milho.
É importante destacar que a presença de um engenheiro agrônomo é vital para a elaboração das estratégias de manejo e na identificação do percevejo.