DEFESA AGROPECUÁRIA

Citricultura: campanha em São Paulo mobiliza contra o greening

O greening é conhecido como maior desafio fitossanitário enfrentado pela citricultura, acarretando danos graves à produção

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), em parceria com o Fundecitrus, lançou a campanha ‘Plante essa ideia’ com o objetivo de substituir plantas de citros e murta, também conhecida como dama-da-noite, por plantas frutíferas e ornamentais em quintais rurais e áreas urbanas, como calçadas, casas e praças. Essa iniciativa busca combater o psilídeo, um inseto transmissor do greening, que encontra nessas plantas hospedeiras um ambiente propício para se proliferar.

De acordo com as informações da SAA, a substituição dessas plantas contribui significativamente para reduzir a migração do inseto para pomares comerciais, minimizando a contaminação de plantas saudáveis.

Enfrentamento ao greening

A campanha faz parte do projeto Citrus SP Sustentável, que se dedica a promover a conscientização, capacitação e transferência de conhecimento aos citricultores e profissionais do setor, enfocando especialmente o controle de pragas e doenças dos citros, com destaque para o combate ao greening.

Além disso, o greening é considerado o maior desafio fitossanitário enfrentado pela citricultura em todo o mundo, causando sérios danos à produção nos pomares, com diminuição da produtividade e qualidade dos frutos.

Segundo o último levantamento anual de incidência realizado pelo Fundecitrus, a doença atingiu 24,42% em 2022 em todo o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, um aumento em relação aos 22,37% registrados em 2021.

União entre os citricultores é eficiente no manejo conjunto

A citricultura brasileira gera empregos e movimenta a economia no país. Por isso, a alarmante situação do greening na região exige atenção redobrada dos citricultores. Contudo, o controle da doença deve ser feito de forma rigorosa e coletiva, com ações dentro e fora das propriedades, como a eliminação das plantas doentes, o monitoramento do psilídeo e o controle químico conjunto para redução da incidência do inseto em âmbito regional.

O coordenador do departamento de Transferência de Tecnologia do Fundecitrus, Ivaldo Sala, relata que o trabalho de controle externo do greening é realizado pela instituição e pelos citricultores desde 2017, e acredita que agora isso vai se fortalecer ainda mais com o apoio da Secretaria de Agricultura de São Paulo.

“Enfrentamos um grande desafio na citricultura que é o greening. Além de ser um problema fitossanitário, é também uma ameaça para a economia dos municípios citrícolas. Essa campanha vai auxiliar para que a informação chegue rapidamente aos produtores e a toda população. É imprescindível que os produtores do cinturão citrícola trabalhem em conjunto e adotem medidas eficientes e sustentáveis para reduzir a disseminação da doença nos pomares”, ressalta.

Francisco Martins, coordenador da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão da SAA, também comenta sobre a importância da parceria entre as instituições e sobre o que espera da campanha.

“Juntos, ampliamos a divulgação do combate ao greening e das medidas que podem e devem ser tomadas por todos para contê-lo. Os extensionistas da CATI sentem o impacto da doença nos pomares, no dia a dia com os produtores. A parceria com a Fundecitrus nos fortalece neste trabalho”, finaliza.

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