Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Citrosuco é autuada por empregar 26 em trabalho escravo e corre o risco de perder direitos econômicos

Fiscalização constatou que vítimas sofriam restrições à liberdade de ir e vir e estavam sujeitas a condições degradantes de trabalho no interior paulistaUma vistoria de dois auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e de um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) em dois laranjais da empresa Citrosuco, que pertence ao Grupo Fischer, culminou na liberação de um grupo de 26 empregados, que estavam em regime de trabalho análogo à escravidão no interior de São Paulo. A operação aconteceu no dia 2 de julho e foi divulgada pela ONG Repórter Brasil, que investiga situações que ferem os direitos trabalhistas no país.

Segundo a publicação, a fiscalização constatou que as 26 vítimas sofriam restrições à liberdade de ir e vir e estavam sujeitas a condições degradantes de trabalho nas propriedades Fazenda Água Sumida, em Botucatu, e Fazenda Graminha, em São Manoel, cidades do centro-sul paulista. A Citrosuco foi multada pelo MTE e ainda pode responder a processo na Justiça, além de sofrer sanções administrativas e perder  direitos econômicos. Junto com a Cutrale e a Louis Dreyfus, a Citrosuco suco integra um restrito coletivo de apenas três grandes produtoras de suco de laranja no Brasil.

O MPT sinaliza que deve entrar com uma ação civil pública para processar a companhia na Justiça do Trabalho. Se condenada, a empresa pode ter o registro no Imposto de Circulação de Bens de Mercadoria e Serviço (ICMS) cassado junto à Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo, com base na “lei paulista contra a escravidão”. A norma prevê que pessoas físicas ou jurídicas condenadas pelo uso de mão de obra escrava fiquem impedidas de exercer o mesmo ramo de atividade econômica por 10 anos. A empresa pode tornar-se a primeira a ser enquadrada na nova legislação do Estado. 

Ainda de acordo com a publicação, o grupo tinha direito a uma residência indicada pela empresa. Porém, por não apresentar banheiros e ser pequena para 26 pessoas, os trabalhadores precisaram desembolsar do salário o aluguel de uma segunda casa. De acordo com o auditor do Ministério do Trabalho, o local indicado pela Citrosuco hoje é utilizado para a criação de galinhas e outros animais.

A empresa ainda teria indicado aos trabalhadores o mercado de um terceiro envolvido no caso, no qual o grupo escravizado abriu uma conta para comprar seus alimentos . O grupo chegou a acumular um débito de mais de R$ 15 mil com o comércio, o que os restringiu a permanecer no emprego.

– Os trabalhadores chegaram a dizer que passaram fome porque não tinham mais como pagar as dívidas no mercado e comprar a própria comida – detalha o auditor Renan Amorim.

Em posicionamento à Repórter Brasil, a Citrosuco afirmou que, “em relação à fiscalização realizada pela Delegacia Regional do Trabalho, a empresa está avaliando as medidas cabíveis a serem tomadas”.

No período em que permaneceram no Estado, as vítimas acumularam dívidas, receberam uma quantia abaixo do piso mínimo paulista, estiveram impedidas de romper o vínculo trabalhista e sobreviveram em uma casa sem quaisquer condições de habitabilidade.

Sair da versão mobile