Clima ajuda na produção leiteira, mas produtores reclamam dos preços

Produtores reclamam do baixo preço praticado na entressafra da região Sudeste que não cobre os custos com a alimentação do gadoDepois de uma das maiores secas em dez anos, as chuvas voltam para renovar as pastagens no Triângulo Mineiro. Os produtores reclamam do baixo preço praticado na entressafra da região Sudeste que não cobre os custos com a alimentação do gado. 

Em Minas Gerais, a chuva voltou renovando as pastagens. Para a maioria dos produtores de leite que cria a vacada somente no pasto, o verde que toma conta do cenário é garantia de aumento na produtividade.  Porém, para quem trabalha com semiconfinamento a produção cai.

O veterinário Paulo Cezar Guimarães trabalha na Fazenda da Onça, onde há 180 vacas em lactação. A produção varia entre 4,5 e 5 mil litros de leite por dia. As vacas recebem o trato no cocho o ano inteiro e estranham a mudança de clima. Na última entrega de leite, o preço estava em R$ 0,78 o litro, média que vem se mantendo nos últimos dois meses.

Historicamente, o período de seca definia melhores preços para os produtores, porque os custos com alimentação sobem em até 30%. Nos últimos três últimos anos, a entressafra virou sinônimo de prejuízo com os preços baixos. Este ano, a volta da chuva ainda não melhorou o cenário.

Na fazenda Genipapo, a produção diária chega a 6,7 mil litros. O pecuarista Paulo Andrade Cunha faz as contas. Atualmente, ele está recebendo R$ 1,9 mil a menos por dia se comparado com o mês de maio quando chegou receber R$ 0,97 centavos pelo litro.  Cada vez que entrega o leite é uma surpresa só vai saber o valor que tem para receber, no mês seguinte.

O presidente da Cooperativa de Leite de Uberlândia, Eduardo Dessimoni, explica que a geografia do leite mudou. Os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram os que mais aumentaram a produção. Eles abastecem o mercado na entressafra do Sudeste e Centro-oeste.  Dessimoni acredita que o preço do leite deve se manter estável, com aumento apenas no ano que vem.