Clima beneficia safra de pêssego no Rio Grande do Sul

Estado é responsável por 65% da produção nacional da frutaA safra de pêssegos do Rio Grande do Sul deve passar de 120 mil toneladas. O Estado é responsável por 65% da produção nacional. O destaque é a qualidade superior da fruta neste ano, que conquista o paladar dos consumidores e garante um retorno financeiro maior aos produtores.

O sabor da fruta é a melhor publicidade para os produtores de pêssegos do Estado.

? A gente considera que, nos últimos 26 anos, foram três safras excelentes. E esta tem sido a terceira safra que tem dado assim, com um sabor diferenciado ? afirma o coordenador da Feira do Pêssego de Porto Alegre, Antônio Bertaco.

Para os produtores o resultado disso não poderia ser melhor: garantia de venda a um valor mais rentável. Na primeira semana da Festa do Pêssego de Porto Alegre foram comercializadas quase 20 toneladas. O evento acontece durante todo o mês de novembro e reúne apenas fruticultores da cidade.

As vendas deram mais ânimo para o produtor Juarez Antonello trabalhar no pomar. Com uma produção que gira entre 450 e 500 toneladas por ano, ele conta que nesta safra as frutas estão mais saborosas e atrativas aos olhos do consumidor porque se desenvolveram e amadureceram em condições praticamente ideais.

? Graças a Deus este ano foi bem favorável. Tanto a temperatura quanto o ambiente. Tivemos o frio na hora exata e o calor está sendo, também, bem favorável para a nossa produção.

No ano passado a produção foi prejudicada pelo tempo. O também produtor Júlio Pereira, que cultiva cinco hectares de pêssegos também na região metropolitana de Porto Alegre, aproveita o bom momento para recuperar as perdas.

? O clima excelente, bastante sol, bastante calor. Então a fruta fica saborosa e de boa qualidade mesmo. Não dá nem para comparar com o ano passado, quando teve muita chuva na época da colheita. Devido a isso, na época da safra, deu uma fruta bonita mas sem sabor, sem paladar. A safra atual é diferente porque o cliente, quando chega para comprar, sempre prova. E, na hora da prova, vê a diferença. Gosta da fruta e com certeza leva.

Segundo os especialistas, as frutas que serão colhidas nas próximas semanas, de ciclos médio e tardio, devem ser ainda mais saborosas e bonitas. Elas tiveram o seu período de desenvolvimento numa época em que a diferença de temperatura entre o dia e a noite é maior. A grande amplitude térmica é o que garante os teores de açúcar e acidez ideais. É justamente isso que o mercado brasileiro exige e o que fez com que os pêssegos do Rio Grande do Sul conquistassem espaço. Só o município de Pinto Bandeira, na serra gaúcha, produz 16% do que é comercializado para consumo in natura na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

? Com a ida a São Paulo deste volume enorme de frutas do Rio Grande do Sul, o restante consegue um bom preço no mercado. E, para os 7,8 mil hectares de pêssegos para a indústria em Pelotas, a expectativa é de um preço bom porque graças a aquisição, via Conab, houve uma boa comercialização dos estoques, que estavam muito altos na indústria. Por isso também há uma expectativa de um preço favorável para este ano ? explica o assistente técnico de fruticultura da Emater/RS, Antônio Conte.

Para esta safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que serão destinados R$ 3 milhões para aquisição de pêssegos produzidos no Rio Grande do Sul para uso industrial .

A 24ª Festa do Pêssego de Porto Alegre, nos dias 15, 16, 22 e 23, no Centro de Eventos Rurais, localizado na Avenida João Salomoni. Durante a semana, os produtores comercializam a fruta no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público da cidade.