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Clima deve ajudar na colheita de soja até o final de março

Projeção da Somar Meteorologia afirma que tempo seco no Centro-Oeste deve chegar mais cedo que o normal

As chuvas tendem a diminuir nesta segunda quinzena de março tanto em pontos de cultivo de soja do Centro-Oeste e do Matopiba [Maranhão Tocantins, Piauí e Bahia], como nas áreas portuárias do Sul e Sudeste, facilitando a conclusão da colheita da safra de soja 2015/2016 e a movimentação dos grãos nos portos das duas regiões, apontou o meteorologista e diretor da Somar Meteorologia, Paulo Etchichury.

– A condição do clima na segunda quinzena de março tende a ter menos chuva do que na primeira quinzena. Esse padrão que nós vínhamos observando em março diminui para a segunda quinzena – assinala o meteorologista.

A frente fria mais intensa que atingiu o Sudeste na semana passada, provocando problemas de enchentes em São Paulo e no Rio de Janeiro, se associou à umidade vinda da Amazônia e causou chuvas também no Centro-Oeste, maior região produtora de soja do País e que neste momento está colhendo a safra 2015/2016.

A partir desta semana, a frente fria começa a perder intensidade, com isso Goiás e Mato Grosso voltam a ter predomínio de tempo seco. Segundo Etchichury, nos 10 primeiros dias de março, algumas áreas de Mato Grosso, como Sorriso, tiveram registro de chuvas praticamente todo dia, mas, em muitos casos, intercaladas com períodos de sol, o permitiu dar sequência à colheita.

Para os produtores que precisaram interromper os trabalhos de campo no começo do mês, porém, a expectativa é de um cenário mais positivo, com diminuição na frequência de precipitações.

O especialista também ressaltou que Mato Grosso do Sul enfrentou problemas de excesso de chuvas mais cedo, na segunda quinzena de fevereiro. No início de março, as chuvas se deslocaram mais para o norte e ficaram menos frequentes no estado, condição também observada para o Paraná, conforme o meteorologista.

– Naquele período, choveu todos os dias e, em vários dias de uma semana, se concentrou chuva de grandes volumes, 50 mm a 60 mm de água, o que trouxe transtornos para quem está colhendo. Agora continua chovendo, é um verão que tem chuvas com certa regularidade, mas, nesses 10 primeiros dias de março, nós tivemos só dois dias em que choveu. Isso é normal, ainda não está totalmente seco, mas também não está chuvoso como antes – lembra Etchichury.

Em contrapartida, no Matopiba, voltou a chover no começo de março, após um fevereiro mais seco na sequência de um janeiro chuvoso. Os reflexos dessas chuvas mais recentes sobre as lavouras, entretanto, dependem do período do plantio.

– Tem gente que se beneficiou, a chuva chegou no momento certo de floração, enchimento de grão, e outros que não, que plantaram mais cedo e a chuva chegou tarde demais – aponta o meteorologista.

Assim como no Centro-Oeste, as precipitações na região devem diminuir na segunda quinzena de março. Para as lavouras que já estão prontas, essa previsão é favorável, porque a chuva não deve prejudicar a colheita. Para a soja plantada mais tarde, no entanto, que ainda precisa de água, a redução das chuvas pode ser prejudicial, segundo Etchichury.

Em compensação, as chuvas nos portos do Sul e Sudeste, que vinham causando incertezas sobre o ritmo de embarques ao exterior do Brasil, tendem a diminuir de agora em diante, permitindo a aceleração dos carregamentos de navios. A semana passada teve complicações em virtude da maior frequência de chuvas na faixa leste da região Sudeste.

O cenário para a segunda metade do mês, contudo, favorece os embarques de soja, que começam a ganhar ritmo em março. O tempo seco predomina esta semana. Ainda assim, no fim do verão, a tendência é de temperaturas mais amenas e um pouco de nebulosidade baixa no início do dia nas áreas litorâneas, mas depois o sol aparece.

– A tendência para a segunda quinzena é de uma condição mais favorável do que foi na primeira. Claro que não há previsão de que vamos ter um tempo totalmente seco, principalmente no litoral, onde passa uma frente fria e chove, mas não terá padrão de persistência, como nós tivemos agora neste início de março – projeta o especialista.

Com informações de Estadão Conteúdo

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