Clima e doenças nas plantações preocupam produtores de trigo de Minas Gerais

Branqueamento de espiga é uma das principais doenças provocadas pelo climaAlterações climáticas aliadas ao surgimento de doenças nas plantações preocupam os produtores rurais de Minas Gerais. Por causa dessas mudanças, as perdas nas lavouras de trigo já são evidentes. No Triângulo Mineiro, os municípios de Perdizes e Santa Juliana contabilizam os prejuízos. Em Perdizes, o ataque de um fungo chamado brusone provocou estragos, causou a redução no rendimento e na qualidade dos grãos, perdas que devem chegar a 30%.

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A brusone, também chamada de branqueamento de espiga, é uma das principais doenças da cultura. Temperaturas entre 24°C e 28°C, chuva em excesso e dias nublados são alguns dos fatores que influenciam o desenvolvimento da doença.

– A brusone do trigo é afetada pela temperatura, pela ausência de dias frios e pelo tempo de molhamento da planta. Tivemos pouca chuva e temperatura acima do normal, estamos com o ataque da brusone com grandes perdas. O fungo é agressivo, o meio de controle são fungicidas, hoje, a brusone é o fator limitante número um no trigo do cerrado – reforça o engenheiro agrônomo, Edson Tomonari.

Milho

Em outro município da região, o produtor Ney Fernandes já prevê perdas na lavoura de 150 hectares de milho. Ele conta que, sem chuva, a planta não se desenvolveu completamente e os grãos estão menores do que o normal. Fernandes diz que das 100 sacas por hectare previstas inicialmente, devem ser colhidas entre 70 a 80 sacas.

– A lavoura de milho tem sofrido muito com a alteração climática e a gente já está computando perdas provocadas pelo clima.  Esperamos conseguir tirar pelo menos os custos com o milho safrinha. Mas, já estamos computando perdas em torno de 20% a 30% de prejuízos. A mudança climática é um novo laboratório para os produtores e temos que estar atentos para tentar colocar o que há de melhor em cada cultura, o melhor possível para minimizar esses problemas – salienta Fernandes.

Uma das alternativas para enfrentar os problemas com o clima tem sido a irrigação. Segundo o engenheiro agrônomo, é preciso ser feita de forma controlada por causa do baixo volume de água nos mananciais.

– Cada vez mais os volumes de chuva diminuem, são três anos seguidos com precipitação abaixo da média. Por isso, tem que ter o uso mais racional da água, o investimento da empresa é para usar a quantia certa da água que a planta precisa – explica.

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