Clima está favorecendo a soja

Paraná e Mato Grosso do Sul avançaram no plantio, mas situação em Mato Grosso é preocupante, diz Cepea 

Fonte: Canal Rural

O clima está favorecendo a semeadura da soja na maioria das regiões produtoras do país, segundo mostra levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

No Paraná, produtores que semearam em solo seco foram beneficiados pelas chuvas da semana passada. No oeste do estado, cerca de 40% da área prevista já foi plantada. Em Mato Grosso do Sul, as chuvas também favoreceram o avanço dos trabalhos.

Já em Mato Grosso, o cenário é considerado preocupante devido às chuvas esparsas dos últimos dias. Os produtores aguardam precipitações mais volumosas, previstas para os próximos dias no estado. Apenas produtores que possuem sistema de irrigação conseguiram avançar com o plantio.

– Esse quadro tem preocupado especialmente aqueles sojicultores com contratos para entrega entre janeiro e fevereiro de 2016 – diz o Cepea.

Expectativa

A produção de soja na safra 2015/2016 deve bater recorde, segundo as projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), graças ao avanço da área plantada e a valorização do dólar, que compensam os baixos preços registrados no mercado internacional. 

A entidade acredita que a produção atingirá 97,8 milhões de toneladas, sendo que ela pode atingir 100 milhões de toneladas se as condições meteorológicas forem favoráveis. A situação provocará um aumento dos estoques, de 2,09 milhões de toneladas para 4,39 milhões de toneladas. 

Para as exportações, a Abiove revisou para cima suas estimativas, de 52,4 milhões de toneladas para 52,8 milhões de toneladas. O processamento da oleaginosa passou por um leve reajuste negativo – de 40,1 milhões de toneladas foi para 40 milhões de toneladas. 

Demanda

O relatório do Cepea afirma ainda que a entrada da nova safra dos Estados Unidos provocou uma diminuição na demanda por grãos brasileiros, levando as cotações a recuarem em algumas regiões.

Apesar disso, a procura por óleo de soja para a produção de biocombustível e para exportação aumentou, amenizando a queda no preço da oleaginosa no Brasil.