Clima favorece e também atrapalha o plantio da soja em MT

A falta de chuvas em alguns municípios do estado está levando produtores ao replantio. O excesso de precipitações está adiando o final da semeadura e fazendo estragos no que já está plantado

A semeadura da safra de soja em Mato Grosso já chegou a quase 90% da área estimada em 9,3 milhões de hectares. O ritmo de plantio segue acelerado se comparado à média histórica de 85%, algo inédito para o período. Entretanto, nem todas as áreas estão em boas condições, as regiões norte e nordeste têm enfrentado uma grande instabilidade climática o que pode trazer problemas mais adiante.

Diamantino é um dos municípios que enfrentam problemas para concluir o plantio dessa safra. As irregularidades das chuvas tem comprometido o andamento do plantio e do desenvolvimento das plantas. “O município é grande, tem locais que estão muito bem plantados, dentro da época e corre tudo bem. Mas, existem algumas áreas que tiveram com pouca chuva, com 6 milímetros no máximo que não serviram nem para trazer a umidade de volta ao solo”, conta o presidente do sindicato rural de Diamantino, José Cazeta.

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Segundo ele, parte das plantações de Sumidouro e Campo Novo dos Parecis, às margens da rodovia BR 364, já foram replantadas com sérios riscos de perdas mais consideráveis. “Algumas áreas já foram replantadas. E, agora tem o risco de perder aproximadamente uns dois mil hectares, que ainda não foram plantados. Temos informações que existem locais com trinta dias sem precipitações”, afirma Cazeta.

A estimativa do sindicato é que o município cultive 400 mil hectares nesta safra. A grande preocupação é que o atraso do plantio da soja comprometa a janela do milho safrinha. “Ela já está prejudicada, mesmo com uma soja precoce, a colheita será no final de fevereiro, começo de março e a recomendação é de não passar o mês de fevereiro plantando milho”, explica o presidente do sindicato de Diamantino.

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Se a falta de chuvas é ruim, o excesso também é um problemão. Em Sorriso, o volume das precipitações colaborou com o plantio da região e as lavouras já estão em fase de floração e formação de vargem. Mas, as altas temperaturas tem atraído a formação de fortes chuvas, que também trouxeram preocupações aos agricultores. “Do nada começou um vendaval, raios e granizo. Foi tão violento que estourou a porta de barracão. O funcionário estava esperto, abriu as portas dos fundos para que a corrente do vento passasse e levantasse a cobertura. Sem falar na queda de árvores e redes de energias”, relembra o produtor da região José Damiani.

Em sua propriedade ele deu sorte com o grande barracão, mas do pequeno restou só a sucata.
De todos os prejuízos causados pela forte chuva, o que mais está preocupando o produtor é os acontecidos na plantação. Ao todo ele planta 230 hectares com soja, que ficou bastante danificada e o produtor já espera perda na produtividade. “Tivemos também um forte ataque de lagartas e como as folhas estavam levemente murchas, favoreceu a destruição. Ainda é cedo para fazer uma avaliação dos danos, mas tenho certeza que teremos prejuízos”, garante Damiani.

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