Para o analista de mercado, Vlamir Brandalise, se as condições das lavouras melhorarem os preços podem recuar ainda mais
Daniel Popov, de São Paulo
Depois de duas semanas em que os preços da soja na bolsa de Chicago foram impulsionados para cima devido aos problemas climáticos nos Estados Unidos, agora o mercado trabalhará com a perspectiva de melhora das condições de chuvas no país. Com isso, as cotações podem enfrentar mais dificuldade para voltar a subir a patamares remuneradores.
As previsões climáticas apontam para condições mais favoráveis ao desenvolvimento das lavouras americanas, nos próximos dias. Os mapas mudaram e agora a previsão é de chuvas acima do normal e de temperaturas amenas para o cinturão produtor durante agosto, período decisivo para a definição da produtividade.
Até a noite desta segunda-feira, dia 24, as cotações ainda subiam, reflexo da divulgação do relatório de condições das lavouras americanas, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Nele, a entidade apontou para uma piora das condições na última semana (do dia 17 a 23 de julho), onde 57% estavam entre boas e excelentes condições, 29% em situação regular e 14% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os índices eram de 61%, 28% e 11%, respectivamente.
Mas, no decorrer desta terça (25), os dados do USDA perderam importância com a chegada dos boletins meteorológicos, que impuseram pressão sobre as cotações.
Com isso a cotação da soja que abriu o mercado valendo US$ 10 por bushel, no contrato de setembro, fechou o dia a US$ 9,86. “O produtor tem que aproveitar que a soja ainda está próxima a US$ 10, porque se deixar para vender mais para a frente , pode perder a oportunidade”, garantiu o analista Vlamir Brandalise.
Ele destaca que a floração das lavouras americanas está mais avançado que a média histórica e que em pouco tempo as plantas estarão com vagens e o risco do clima diminui. “Em pouco tempo as plantas estarão com o ciclo de floração finalizado e em três semanas elas estarão com vagem. A partir daí o risco será mínimo, a menos que venha uma geada precoce, ai a coisa muda. Mas, os produtores não podem apostar todas suas fichas em preço altos puxados por problemas e precisam negociar nas oportunidades”, finaliza ele.