Em ano de plantio acelerado de soja, as incertezas sobre o comportamento do tempo não saem da cabeça dos produtores. Tanto que o assunto foi um dos mais destacados no mapeamento realizado pelo Circuito Tecnológico da Aprosoja.
? Ano como esse não se sabe o que vem. Não é ano de El Niño e La Niña, o clima não deve refletir ? aposta o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira.
A presença de nematóides em praticamente todas as áreas visitadas pelas equipes também acendeu um sinal de alerta. Este ano os técnicos passaram por 44 municípios e visitaram 320 propriedades, que juntas cultivam 517 mil hectares de soja. Em 95% das lavouras foi notada a presença dos parasitas. Os produtores precisam encontrar o manejo ideal para minimizar as perdas.
As pesquisas também apontaram a crescente preocupação com a falta de mão-de-obra qualificada. A situação é mais crítica no oeste do Estado, onde mais de 70% dos produtores entrevistados afirmaram enfrentar dificuldades relacionadas ao tema.
? Mão de obra especializada vem de encontro ao que temos hoje, de muita tecnologia no campo ? aponta o gerente técnico da Aprosoja, Luiz Nery Ribas.
O raio-x traçado pelo circuito tecnológico ajuda a identificar o atual retrato da sojicultura desenvolvida em Mato Grosso e também sinaliza mudanças no pensamento dos agricultores. Uma delas, segundo a Aprosoja, é o baixo interesse em expandir a produção.
? Mais de 50% disseram que não querem expandir. Se temos que ampliar área, como vamos fazer? Porque não querem? Vamos ter que analisar mais a fundo para checar ? afirma Glauber Silveira.