Clima prejudica safra de trigo da América do Sul e Brasil paga caro pelo cereal

Para conseguir suprir demanda interna, indústria brasileira recorre ao Canadá e aos Estados UnidosO clima prejudicou esta safra de trigo na América Latina, o que encareceu o preço e diminuiu a qualidade do cereal. O país deve fechar o ano com cinco milhões de toneladas colhidas. Do total, um milhão é exportado, sobrando apenas quatro milhões. O consumo interno chega a 11 milhões de toneladas. Para conseguir suprir essa diferença, a indústria brasileira recorre ao Canadá e aos Estados Unidos.

No Moinho Santa Clara, em São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, o trigo representa 70% do custo de produção da farinha, e a matéria prima está escassa, com preços mais altos. No ano passado, a indústria comprava uma tonelada de trigo nacional por R$ 600,00. Agora, paga R$ 800,00. Da Argentina, principal fornecedor, a tonelada saía por US$ 320,00, agora, custa US$ 370,00, reflexo do clima, que prejudicou a safra da América do Sul, e das barreiras impostas pelos argentinos.

– Quando a gente fala Mercosul, estamos falando de Argentina, Uruguai e Paraguai. O problema climático foi nos três países, o que deixou o trigo com baixa qualidade. Na Argentina, principal fornecedor, sofremos uma restrição. Eles pararam os navios que estavam carregando por 15 dias, reduzindo o saldo exportado para o Brasil, que era de seis milhões de toneladas – comenta o vice-presidente da empresa, Christian Saigh.

Segundo o dirigente, além de buscar outros mercados, o setor vai precisar de ajuda do governo para garantir o suprimento de matéria prima.

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