No Moinho Santa Clara, em São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, o trigo representa 70% do custo de produção da farinha, e a matéria prima está escassa, com preços mais altos. No ano passado, a indústria comprava uma tonelada de trigo nacional por R$ 600,00. Agora, paga R$ 800,00. Da Argentina, principal fornecedor, a tonelada saía por US$ 320,00, agora, custa US$ 370,00, reflexo do clima, que prejudicou a safra da América do Sul, e das barreiras impostas pelos argentinos.
– Quando a gente fala Mercosul, estamos falando de Argentina, Uruguai e Paraguai. O problema climático foi nos três países, o que deixou o trigo com baixa qualidade. Na Argentina, principal fornecedor, sofremos uma restrição. Eles pararam os navios que estavam carregando por 15 dias, reduzindo o saldo exportado para o Brasil, que era de seis milhões de toneladas – comenta o vice-presidente da empresa, Christian Saigh.
Segundo o dirigente, além de buscar outros mercados, o setor vai precisar de ajuda do governo para garantir o suprimento de matéria prima.