O agronegócio brasileiro foi responsável por 45,9% das vendas externas totais do país no primeiro semestre, totalizando US$ 43,3 bilhões, o que representa a melhor participação do setor em seis anos. A informação está no Boletim do Agronegócio Internacional, elaborado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). As importações somaram US$ 7,1 bilhões e o segmento teve superávit de US$ 36,2 bilhões no período.
Ainda segundo o boletim, sete dos dez principais produtos da pauta brasileira de exportações são do agronegócio. Juntos, esses sete produtos resultaram em US$ 28,6 bilhões em receita com os embarques e representaram 30,3% do total exportado pelo país nos primeiros seis meses de 2015. O principal destaque foi a soja em grão, com US$ 12,5 bilhões. “Apesar da queda de 22% na receita, se comparada ao mesmo período de 2014, houve aumento de 1,2% no volume de vendas”, informa o boletim.
Outros produtos que se destacaram no primeiro semestre foram farelo de soja (US$ 2,98 bilhões), carne de frango (US$ 2,97 bilhões) e café em grão (US$ 2,86 bilhões). Este último produto teve alta de 9,3% em valor nas exportações. Já o óleo de soja e a pasta química de madeira apresentaram elevação do volume de vendas, de 11,2% e 7%, respectivamente.
China
Segundo o Ministério da Agricultura, a China foi o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2015, de acordo com dados do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat). Nesses seis meses, os embarques do Brasil para aquele mercado somaram US$ 11,75 bilhões, o que representa 27,2% do total exportado pelo setor.
As exportações do agronegócio para a China tiveram uma queda de 17,5% em valor em relação a igual período de 2014, quando somaram US$ 14,23 bilhões. O complexo soja liderou as exportações para a China entre janeiro e junho deste ano, com US$ 9,64 bilhões. A soja em grãos foi o principal produto exportado, somando US$ 9,56 bilhões. Esse montante representou queda de 20,2% em relação ao primeiro semestre de 2014.
O recuo decorreu da retração no preço (de US$ 506 para 387 por tonelada), que não foi compensado pelo crescimento de 4,2% na quantidade embarcada. Esta passou de 23,7 milhões de toneladas em 2014 para 24,7 milhões de toneladas em 2015.
Os produtos florestais ocuparam a segunda posição nas exportações para a China, com US$ 906,33 milhões. Em terceiro lugar ficou o setor de couros, com US$ 345,22 milhões, e em quarto, o complexo sucroalcooleiro, com US$ 329,73 milhões. O setor de carnes, com US$ 312,16 milhões, ocupou a quinta posição.
Ásia
O montante de produtos agropecuários exportados pelo Brasil entre janeiro e junho de 2015 (US$ 43,26 bilhões) representou queda de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações ficaram em US$ 7,06 bilhões no período, com recuo de 15,3% em relação a 2014. Mesmo assim, o saldo da balança comercial no primeiro semestre deste ano foi positivo, de US$ 36,2 bilhões.
Com relação aos blocos econômicos e regiões geográficas, no primeiro semestre de 2015, a Ásia ocupou a primeira posição no ranking de destinos das exportações brasileiras do agronegócio. Houve crescimento na participação da região, de 44,3% para 44,6%, a despeito da queda nas exportações de US$ 21,73 bilhões para US$ 19,28 bilhões.
O segundo mercado que mais comprou do Brasil no primeiro semestre foi a União Europeia, com US$ 9,19 bilhões. Houve queda de 12,4% em relação ao mesmo período do ano anterior Entre os países que mais contribuíram para amenizar a queda nas exportações estão o Vietnã, com aumento de US$ 260 milhões em comparação ao primeiro semestre de 2014, seguido pelo Irã, com US$ 163 milhões, Bélgica, com US$ 149 milhões, e Arábia Saudita, com US$ 129 milhões.
Depois da soja, as carnes lideraram as exportações, com US$ 6,94 bilhões, e os produtos florestais, com US$ 4,96 bilhões. O complexo sucroenergético ocupou a quarta posição no ranking, somando US$ 3,85 bilhões no primeiro semestre de 2015. Na quinta posição, as exportações do setor do café somaram US$ 3,16 bilhões. Entre os cinco principais setores do agronegócio brasileiro, o café foi o único a apresentar crescimento tanto em quantidade, de 0,3%, quanto em preço, de 8,3%. Esse desempenho resultou em crescimento de 8,7%, em valor, das vendas externas do setor.