“A COP-26 é uma oportunidade ímpar para o Brasil mostrar que é uma nação que conseguiu, com muito esforço dos empreendedores rurais, destacar-se no cenário internacional como exemplo de produção sustentável de alimentos,” afirmou Muni Lourenço, vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Lourenço, que também é presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, participou, na terça-feira, 26, da comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados para discutir as ações e estratégias para o governo brasileiro apresentar na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).
Muni Lourenço falou do posicionamento do setor agropecuário entregue pela CNA ao governo e aos negociadores do Brasil que participarão da conferência que acontece de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, Escócia. Ele será o chefe da delegação da CNA no evento climático. “Esperamos que na COP tenhamos finalmente a regulamentação do artigo 6º do Acordo de Paris que trata do mercado de carbono por entendermos que o Brasil, com seu grande ativo florestal, pode ser uma fonte de captação de recursos”, disse.
Para o vice-presidente da CNA, a importância do Brasil como prestador de serviços ambientais precisa ser reconhecida, levando em consideração que os produtores rurais detêm uma fatia significativa de 33% da cobertura vegetal brasileira em reservas legais dentro dos imóveis privados.
Lourenço citou ainda os resultados do Plano ABC+, que ultrapassou a meta estabelecida entre 2010 e 2020, mitigando 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de hectares, e as metas ambiciosas do Plano ABC +, que pretende mitigar 1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente em 72,2 milhões de hectares até 2030.
“Nossas expectativas na COP-26 são que os países desenvolvidos possam reconhecer e apoiar mais efetivamente o financiamento de países em desenvolvimento como o Brasil para que possamos ampliar ainda mais a adoção dessas boas práticas agropecuárias”, ressaltou.
A comissão foi uma solicitação do deputado Sidney Leite (PSD-AM) e ouviu entidades dos setores público e privado, especialistas, acadêmicos e parlamentares.