– Até agora, o mercado não absorveu o programa de opções [leilões de contratos de opção de venda do grão] nem a liberação de recursos do Funcafé [Fundo de Defesa Econômica Cafeeira]. Os recursos [do Funcafé] saíram com mais de 80% da safra colhida. Tendo políticas clareadas, transparentes para a safra que começaria, o mercado reagiria de forma diferente. Agora temos que aguardar um pouco para ver como ele vai se comportar – destaca Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
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– Ele critica também o que considera morosidade na oficialização de medidas como os leilões de contratos de opção de venda, encerrados na última semana, e a elevação do preço mínimo. Além disso, para os cafeicultores, o reajuste de 17% no valor, que agora está em R$ 307, não foi suficiente para cobrir os custos de produção. O setor desejava reajuste para R$ 350.
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Para dar fôlego ao setor, a CNA solicitou ao governo a suspensão da cobrança de débitos dos cafeicultores por três meses. Nesse período, a entidade e o Conselho Nacional do Café (CNC) levantariam a real situação de endividamento dos produtores e discutiria soluções com o governo. O secretário adjunto de Política Agrícola da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, João Rabelo, confirmou que o órgão recebeu e está estudando o pedido de interrupção temporária da cobrança dos débitos. De acordo com ele, caso haja decisão favorável, ela deve ser divulgada na próxima reunião do CMN, prevista para o dia 31 de outubro.
A CNA e o CNC reivindicam a definição de políticas com antecedência e garantias para a safra seguinte. Segundo o deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), presidente do CNC, no próximo dia 23 haverá reunião do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira, no Ministério da Agricultura, e a reivindicação será um dos temas em discussão.
– Temos uma pauta extensa. Queremos negociar com antecedência os recursos [para a próxima safra] – informou.
Na avaliação de Silas, a recuperação do preço do café acontecerá, mas será demorada.
– A reação virá, mas será mais lenta. O mercado é especulativo, fica aguardando que o recurso chegue na ponta. Pelo menos o preço estabilizou, não está mais caindo – destacou.