– O ciclo de preços elevados das commodities agrícolas verificado nos últimos meses está perto do fim – disse a presidente da CNA em nota, após destacar a importância das ações de apoio ao setor agropecuário. Kátia Abreu afirmou que a meta é ter, em 2015, mais da metade da área cultivada segurada. Atualmente, o percentual da área segurada é de 10%, muito inferior ao percentual encontrado nos Estados Unidos e Europa (onde quase 90% do plantio é segurado)
A senadora disse que a linha de crédito para a construção de novos armazéns também foi bem recebida pelo setor.
– Diante dos problemas de infraestrutura, o governo aceitou a proposta da CNA e alterou as regras dos empréstimos – afirmou. O novo Plano Safra prevê a disponibilização de R$ 25 bilhões para a construção de armazéns privados no país nos próximos cinco anos, sendo R$ 5 bilhões na safra 2013/2014, com prazo de 15 anos para pagamento e juros de 3,5% ao ano.
Sociedade Rural Brasileira: “Plano Safra é ambicioso”
O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, considerou o plano “ambicioso”. Para Ramalho o destaque é o crédito destinado nos próximos cinco anos à construção de armazéns.
– Não deixa de ser uma evolução, mostra que caiu a ficha do governo. Queremos comemorar este Plano de Safra no ano que vem – afirmou, ressalvando que tudo vai depender da concretização do plano.
FAEMG: avaliação positiva
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Roberto Simões, também avaliou como positivo o novo Plano Safra.
– O Plano traz ganhos muito importantes para a agropecuária brasileira, como aumento de recursos e redução de juros. Consideramos também de excepcional valor a criação de uma agência nacional de assistência técnica e os avanços para as questões de defesa, seguro e estocagem – disse Simões.
Na opinião do presidente da FAEMG, mesmo com importantes avanços, alguns pontos poderiam ter recebido maior atenção e um ponto de vista menos regionalizado. Embora reconheça a importância de atenção diferenciada às regiões Norte e Nordeste, Simões diz que esperava mais apoio para questões importantes para outras regiões, como a infraestrutura e as políticas de geração de renda para a cafeicultura.
Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da secretaria de Agricultura do Estado, João Ricardo Albanez, o crescimento de recursos do novo Plano Safra em relação ao anterior é positivo. Albanez também destacou a queda de juros para o capital de giro das cooperativas de 9% para 6,5% ao ano.
– O cooperativismo em Minas Gerais é muito forte. Essa redução vai beneficiar os produtores – disse Albanez.
Dificuldade no acesso a recursos
Analistas e representantes do setor agropecuário paulista alertaram para a dificuldades enfrentadas pelos produtores para acessar os recursos previstos pelo Plano Safra.
– Esses recursos precisam ser aplicados no agricultor. Caso contrário, o recurso, apesar de ser disponibilizado, acaba não sendo tomado pelo agricultor. – Matheus Marino, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para Abag, plano não contempla algumas culturas
Um dos destaques do Plano Safra, os R$ 25 bilhões destinados à construção de novos armazéns no país, foi criticado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Para o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Plano não contempla algumas culturas, como a cana de açúcar.
Incentivos à pecuária
Já o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian, destacou a importância dos recursos do Plano Safra para a pecuária, principalmente para a compra e manutenção de matrizes.
O setor avícola comemorou a criação do programa Inova Agro, incluído no novo Plano Safra. Em nota, o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, afirmou que a associação tem trabalhado nos últimos meses com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para obter volume de recursos para a modernização das granjas avícolas nacionais, principalmente as localizadas nos Estados do Sul, mais antigas.
– É um Plano Safra histórico, que valoriza de forma justa a avicultura como atividade econômica que contribui para o desenvolvimento social e a geração de renda no país – afirmou Turra.