O superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, afirmou que a entidade vai continuar trabalhando para garantir que não falte alimentos na mesa do brasileiro durante este período de crise causado pelo novo coronavírus (Covid-19).
O superintendente participou nesta sexta-feira, 27, de uma conversa ao vivo no Instagram da Confederação para esclarecer algumas questões sobre produção, distribuição de insumos, abastecimento de alimentos e o que está sendo feito para proteger os produtores. As informações partem da assessoria de comunicação da CNA.
Durante a transmissão online, Bruno citou as principais ações da CNA para reduzir os impactos na comercialização dos produtos agropecuários, como o trabalho feito junto ao governo para a edição da Medida Provisória 926 e do decreto 10.282, que definem a alimentação como atividade essencial durante a quarentena.
“Nós sabíamos que se não houvesse um normativo legal para determinar que a alimentação fosse uma prioridade, todo o processo produtivo seria interrompido e muitos seriam prejudicados. O objetivo era que produtores, agroindústrias, fornecedores de insumos e transportadoras continuassem em pleno funcionamento”.
Ao citar as ações da entidade, o superintendente disse que há uma atenção especial aos setores que estão sendo afetados diretamente (leite e derivados, frutas, flores e hortaliças e crustáceos), pois vendem os produtos para feiras e restaurantes, que estão fechados em vários estados.
“Inicialmente o nosso trabalho foi apresentar ao Ministério da Agricultura (Mapa) uma série de medidas relacionadas ao crédito rural e à tributação. Uma delas foi a prorrogação automática de todos os tipos de financiamento, principalmente custeio e investimento. Outro ponto foi a suspensão de qualquer tipo de procedimento em que o produtor precise ir ao cartório ou agência bancária”.
Bruno também falou do Whatsapp disponibilizado pela CNA – (61) 93300-7278-, um canal de comunicação direto com os produtores rurais para identificar problemas de saúde, logística, insumos e comercialização durante a pandemia.
“A comercialização tem sido uma das principais queixas dos produtores. Muitos estão relatando perdas dos canais de venda e distribuição, redução de preços ou dificuldades com a logística”.
Segundo Lucchi, a CNA defende a urgência na aprovação do Projeto de Lei 786/2020, que prevê a distribuição de alimentos da merenda escolar às famílias de estudantes da rede pública, que tiveram as aulas suspensas. “A proposta é fundamental nesse momento de crise, pois beneficia os produtores que precisam continuar vendendo os produtos e as famílias que precisam de alimentos de qualidade”.
Ao falar sobre os impactos no consumo de alimentos, o superintende técnico destacou o aumento da demanda de ovos nas redes varejistas. “Isso é uma sinalização de que o ovo pode ser uma substituição de proteína de alto valor agregado nesse momento de crise econômica”.
Bruno finalizou a conversa dizendo que o setor agropecuário tem uma responsabilidade muito grande em continuar produzindo alimentos para a população brasileira. “Toda a cadeia produtiva é importante nesse momento.
É hora de manter a tranquilidade e a organização para que os produtos cheguem à mesa de todos”.