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CNA diz que prorrogação de dívida não resolve endividamento de cafeicultores

Entidade ressalta que novos empréstimos tomados pelo cafeicultor terão vencimento no segundo semestre de 2014, período excluído pelo governo das renegociaçõesA Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou, por meio de nota, que uma parcela expressiva dos cafeicultores não será beneficiada pela prorrogação das dívidas, medida anunciada pelo governo, no dia 22 de novembro, para atenuar o impacto da queda de preços do café sobre a renda no campo.

O período estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a renegociação das parcelas vencidas e vincendas dos produtores de café é retroativo a 1º de julho deste ano e vai até 30 de junho de 2014. O mutuário terá até o dia 31 de janeiro do próximo ano para manifestar o interesse na renegociação e a operação deve ser formalizada até 15 de julho de 2014, com amortização de pelo menos 20% do saldo atualizado da parcela com vencimento no período de abrangência da medida.

A CNA comenta na nota que é preciso estar atento ao fato de que os novos empréstimos tomados pelo cafeicultor em meio à crise deste ano terão vencimento no segundo semestre de 2014, período excluído pelo governo das renegociações.

– Sendo assim, esses produtores enfrentarão, novamente, enormes dificuldades para pagar suas dívidas – alerta a CNA.

Segundo a entidade, a situação é grave, por causa da desvalorização de mais de 30% nas cotações do café arábica este ano, fato que comprometeu fortemente a renda dos cafeicultores e prejudicou a capacidade de pagamento de suas dívidas.

– É por isto que, há mais de dois meses, o setor aguardava uma resposta do governo ao pleito da CNA, de suspensão dos pagamentos de todos os créditos rurais da cafeicultura por 120 dias – diz a nota.

A CNA lembra que pleiteou a prorrogação dos pagamentos por 120 dias de todas as fontes de operações de crédito rural, para que todos os cafeicultores fossem beneficiados e o estudo de viabilidade econômica da atividade cafeeira fosse concluído, mas isso não foi o que ocorreu. A renegociação não abrange as parcelas vencidas e vincendas do Pesa, Securitização, Dação em Pagamento e Dívidas inscritas ou não da Dívida Ativa da União (DAU).

– Sendo assim, as medidas anunciadas não atendem o pleito da CNA – afirma a nota.

A entidade informou continua em busca de solução para o problema e que para isto está concluindo um estudo de viabilidade econômica da cafeicultura, para ter um levantamento sobre o real endividamento do setor.

– Só a partir de um diagnóstico preciso e detalhado dos fatores que levaram ao endividamento do setor poderemos enfim, governo e CNA, estabelecer propostas que realmente resolvam a questão e garantam renda ao cafeicultor do Brasil – diz a CNA. 

>> Para presidente do CNC, Pepro pode aliviar crise da cafeicultura

Agência Estado
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