O período estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a renegociação das parcelas vencidas e vincendas dos produtores de café é retroativo a 1º de julho deste ano e vai até 30 de junho de 2014. O mutuário terá até o dia 31 de janeiro do próximo ano para manifestar o interesse na renegociação e a operação deve ser formalizada até 15 de julho de 2014, com amortização de pelo menos 20% do saldo atualizado da parcela com vencimento no período de abrangência da medida.
A CNA comenta na nota que é preciso estar atento ao fato de que os novos empréstimos tomados pelo cafeicultor em meio à crise deste ano terão vencimento no segundo semestre de 2014, período excluído pelo governo das renegociações.
– Sendo assim, esses produtores enfrentarão, novamente, enormes dificuldades para pagar suas dívidas – alerta a CNA.
Segundo a entidade, a situação é grave, por causa da desvalorização de mais de 30% nas cotações do café arábica este ano, fato que comprometeu fortemente a renda dos cafeicultores e prejudicou a capacidade de pagamento de suas dívidas.
– É por isto que, há mais de dois meses, o setor aguardava uma resposta do governo ao pleito da CNA, de suspensão dos pagamentos de todos os créditos rurais da cafeicultura por 120 dias – diz a nota.
A CNA lembra que pleiteou a prorrogação dos pagamentos por 120 dias de todas as fontes de operações de crédito rural, para que todos os cafeicultores fossem beneficiados e o estudo de viabilidade econômica da atividade cafeeira fosse concluído, mas isso não foi o que ocorreu. A renegociação não abrange as parcelas vencidas e vincendas do Pesa, Securitização, Dação em Pagamento e Dívidas inscritas ou não da Dívida Ativa da União (DAU).
– Sendo assim, as medidas anunciadas não atendem o pleito da CNA – afirma a nota.
A entidade informou continua em busca de solução para o problema e que para isto está concluindo um estudo de viabilidade econômica da cafeicultura, para ter um levantamento sobre o real endividamento do setor.
– Só a partir de um diagnóstico preciso e detalhado dos fatores que levaram ao endividamento do setor poderemos enfim, governo e CNA, estabelecer propostas que realmente resolvam a questão e garantam renda ao cafeicultor do Brasil – diz a CNA.
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