Na safra 2008/2009, o governo federal disponibilizou R$ 65 bilhões aos produtores rurais que não estão enquadrados na agricultura familiar. O aumento da necessidade de empréstimos governamentais, segundo a senadora, se deve principalmente ao desaparecimento das tradings ? empresas que financiavam cerca de um terço da produção pela compra antecipada e fornecimento de insumos ? no mercado de crédito.
A senadora pediu mais sensibilidade ao governo para resolver os problemas enfrentados pela agricultura nacional. Segundo ela, o setor está entre dois vendavais: um, do endividamento, causado pelas quebras em safras passadas, e outro provocado pela crise mundial. E ambos enxugaram o crédito destinado aos produtores rurais, disse Kátia Abreu.
Apesar das dimensões do agronegócio brasileiro, que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) e dos postos de trabalho do país, a senadora disse que, dos R$ 357 bilhões que o governo colocou à disposição para ajudar todos os setores da economia a enfrentar a crise mundial, apenas R$ 17 bilhões foram destinados à agropecuária.
Kátia ressaltou que a quebra das safras 2003/2004, por problemas climáticos, 2004/2005 e 2005/2006, devido à variação no câmbio e à ferrugem asiática, causou prejuízos que vêm atrapalhando o desenvolvimento do setor.
? A perda de R$ 23 bilhões no PIB do agronegócio nas quebras das três safras está empatando a rentabilidade dos R$ 200 bilhões, que é a safra brasileira ? afirmou.