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– A situação do Brasil é tão dramática que na próxima safra vamos entrar em colapso. Não consigo visualizar como escoar esse volume adicional – afirmou, após participação no seminário “Desafios da Nova Regulação dos Terminais Portuários de Uso Privado”, no Rio de Janeiro.
O atraso no cronograma de licitações portuárias de antigos e novos portos é atribuído ao aumento da centralização das decisões de política portuária e aplicação da lei junto ao governo federal. Ele cita os projetos do novo terminal de Outeiro (Pará) – com capacidade de embarque de exatamente 15 milhões de toneladas por ano – e de aumento de capacidade para grãos em Santos (SP) e Paranaguá (PR) que “estão no limbo” e não são licitados apesar de estarem prontos para isso. Juntos, eles poderiam acrescer de 25 a 30 milhões de toneladas em nova capacidade em granéis ao país.
– Acredito muito na iniciativa privada e nas medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff. Mas precisamos agora arredondar os problemas que surgiram no meio do caminho. Já perdemos um ano. Estamos fazendo esforço brutal para trabalhar contra o calendário – disse.
Fayet destacou que só os projetos para o Arco Norte, como Outeiro, Santarém e Itacoatiara, podem aumentar a capacidade de embarque da região das atuais 10,8 milhões de toneladas para 50 milhões de toneladas em 2020. No entanto, as discussões sobre as novas medidas e modelagem do setor atrasam o processo.
De 2009 a 2012, o excedente de soja e milho produzido nas regiões Norte e Nordeste subiu de 38 milhões de toneladas para 55,6 milhões de toneladas anuais, mais da metade da movimentação total do Porto de Santos em 2012 (105 milhões de toneladas). A falta de saída portuária nessas regiões fez com que todo esse volume tivesse que ser transportado até portos do Sul e Sudeste, por estradas precárias.
– É preciso regularizar tudo o que você tem pronto no Sul e Sudeste e liberar projetos prontos no Norte. Sem definição não há investimento – destacou.
• Assista à entrevista com o engenheiro agrônomo Daniel Dias