CNA prevê dificuldades para o setor do agronegócio em 2012

Conforme Kátia Abreu, presidente da entidade, exportações brasileiras de soja deverão ser reduzidas no próximo anoA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o próximo ano será de dificuldades para o setor. Com o cenário internacional agravado pela crise na Europa, o crédito, financiado pelas tradings, tende a ficar mais caro. Além disso, segundo a presidente da entidade, Kátia Abreu, como a China deve ter  crescimento menor, as exportações brasileiras de soja deverão ser reduzidas.

– Precisaremos de R$ 174 bilhões para financiar a safra e sabemos que temos muitos financiadores internacionais, especialmente europeus. Nós somos muito dependentes dos bancos europeus no Brasil, então, o que ocorre com esse credito à medida que ele diminui é que nós poderemos ter um aumento nas taxas de juros, no custo de produção e nos preços dos produtos – afirma.

O ano de 2012 também deverá ser de instabilidade climática. O La Niña, com excesso de chuva no Sul e Sudeste, já começa a causar prejuízo nas lavouras e os R$ 159 milhões reservados no Orçamento da União para custear parte do seguro agrícola estão abaixo do esperado. O valor ainda não foi aprovado pelo Congresso.

– Historicamente, os recursos cobrem 4,5% da safra. Queríamos R$ 800 milhões e aí chegaríamos a 9%. Os Estados Unidos cobrem 98% – aponta a superintendente técnica da CNA, Rosimeire dos Santos.

Para encarar o próximo ano, a CNA defendia a votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados ainda em 2011. E chegou a fazer um apelo para que a tramitação fosse concluída antes do recesso parlamentar.

– É da maior importância entrarmos 2012 com esta pauta encerrada, haja vista que nós vamos encontrar uma crise pela frente, uma crise internacional que deverá ter repercussões para o Brasil. Nós não podemos entrar com essa fragilidade – diz Kátia Abreu.

A votação da matéria pelos deputados, no entanto, foi marcada para os dias 6 e 7 de março de 2012.