A investigação particular vai ser feita ao mesmo tempo em que a perícia da Polícia Civil investiga os computadores da confederação. Na ultima sexta-feira, dia 20, Kátia Abreu protocolou uma representação na Policia Civil alegando que o computador dela teria sido violado. Desde a semana passada, os computadores da CNA estão desligados. O site da entidade está fora do ar. De acordo com o diretor da Divisão Especial de Representação ao Crime Organizado, Cícero Monteiro, com a conclusão da perícia, o laudo deve sair dentro de até 30 dias.
No comunicado distribuído à imprensa a CNA disse ainda que não faz contribuição financeira para campanhas eleitorais e afirma que os recursos sempre foram administrados de acordo com a lei, uma resposta à revista Veja, que denunciou que a entidade teria repassado R$ 650 mil para a campanha de Kátia Abreu ao Senado. A nota fiscal publicada foi emitida em nome da agência Talento. A parlamentar disputa a presidência da CNA com o atual presidente da instituição, Fábio Meirelles.
Esse valor não consta na prestação de contas da senadora. No site Congresso em Foco foram declarados R$ 2,413 milhões do comitê financeiro único do PFL (nome anterior da legenda da senadora, que se tornou DEM) de Tocantins e R$ 50 mil do Banco Itaú.
Até esta segunda à noite nem a CNA nem a senadora se manifestaram. De acordo com informações de alguns representantes da confederação, a possibilidade é de que Kátia Abreu não retire sua candidatura à presidência da entidade. Essa denúncia surgiu quatro meses das eleições para nova diretoria da organização.
A CNA controla um orçamento de cerca de R$ 180 milhões. A contribuição é feita pelo empresário ou empregador rural que tenha a partir de dois módulos fiscais determinado pelo Incra, e varia de acordo com o município. O valor é calculado com base na declaração do Imposto de Renda. Se um produtor contribui, por exemplo, com R$ 100, 60% desse valor é repassado ao sindicato rural, 20% vão para o Ministério do Trabalho, 15% são destinados às federações estaduais de agricultura e 5% ficam com a CNA.