O agravamento da crise mundial fez a CNI rever as projeções da economia brasileira para 2009. As riquezas produzidas devem ser próximas a zero. O Produto Interno Bruto (PIB), que no ano passado teve um crescimento de cinco por cento, neste ano deverá ser nulo.
? Entramos no ano devendo 1,5% por cento de crescimento. Para empatar em zero, precisamos crescer ao longo do ano. Se não houver crescimento daqui pra frente, de hoje para o restante do ano, o desempenho da economia com um todo será negativo ? afirma o gerente de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Segundo a CNI, por terem o mercado atrelado ao comércio mundial, os setores industrial e agropecuário serão os mais prejudicados neste ano. O PIB industrial deve fechar negativo a uma taxa de 2,8%.
? Uma recessão mundial forte e longa. Isso significa queda do comércio mundial, expectativa de recuo das importações e exportações mundiais pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial ? ressalta Branco.
O PIB agropecuário, segundo a CNI, pode fechar o ano com taxa negativa de 1% devido à retração do comércio mundial e à queda de produtividade por causa do aumento dos custos de produção.
A instituição também prevê aumento do desemprego no país. O pico pode chegar próximo a 10% da população economicamente ativa nos meses de abril e maio. Com a redução do consumo, os empresários estimam que a inflação deverá ficar sob controle, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Para a CNI , o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) fechará este ano em 4,2%. A folga na inflação abre espaço para um corte nos juros. A Taxa Selic, hoje, em 11,25% ao ano deve alcançar um dígito em junho, chegando a 9% ao ano.