O principal ponto de atrito diz respeito à garantia das áreas consolidadas, como o plantio de arroz.
? O governo interferiu muito mais do que a gente imaginava ? comentou um ruralista.
Os telefonemas dos parlamentares para a Casa Civil começaram logo cedo. O presidente da Câmara, Marco Maia, acertou o tom das negociações. O problema, no entanto, surgiu na bancada do PT. A reclamação é que Rebelo não havia contemplado totalmente o acordo encaminhado pelo governo, desenhado em boa parte pelo Ministério do Meio Ambiente.
? Precisamos fazer ajustes. Estamos com emendas prontas ? dizia o petista Elvino Bohn Gass.
Se as concessões de Rebelo não foram suficientes para contemplar os petistas, muito menos os ruralistas ficaram satisfeitos. O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) alerta que o novo texto esqueceu de garantir aos produtores o cultivo em áreas de várzea ou topo de morro. Nesse grupo estão arrozeiros, vitivinicultores e produtores de maçã. No país, 85 milhões de hectares são cultivados em áreas de preservação permanente ou reserva legal.
? O Ministério do Meio Ambiente chegou para negociar com uma equipe de técnicos, ao contrário do Ministério da Agricultura ? disse um ruralista, que participou das negociações.
Esse impasse foi apresentado na reunião de líderes, que durou quase uma hora. Como o PMDB se posicionou a favor de Rebelo, o PT passou a ser pressionado. Minutos depois, o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, reunia-se por quase duas horas com Rebelo e o líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza. Prestes a ganhar o cargo de vice-líder do governo, o relator, bem-humorado, mostrou-se disposto a ceder:
? Houve mais uma prova do vestido da noiva e vai precisar de mais um ajuste ? disse o deputado, que é filho de costureira.