A explicação tá no fruto seco, que praticamente não tem nada dentro. As castanhas do café estão menores e mais leves, prejudicando o rendimento. O estrago foi causado pelo verão, muito quente e seco. O cafeicultor Luiz Carlos Rissardi, por exemplo, pretendia colher 1.200 sacas em 30 hectares, mas não deve colher mais do que 900. Além disso, o que ele colhe, não vende, esperando por preços melhores no mercado.
– O preço está despencando. Não sei porque está assim, mas nós sofremos demais com isso. Estão pagando R$ 340 ou R$ 330 a saca, e o ideal pra mim era vender por R$ 450 – diz Rissardi.
A cooperativa de cafeicultores da região, a Coopinhal, esperava receber 120 mil sacas, mas a colheita dos cooperados não deve passar de 90 mil. A perspectiva é de que as perdas se estendam para a safra do ano que vem, também. Segundo o engenheiro agrônomo da cooperativa, Celso Scanavachi, as plantas não estão conseguindo formar o botão floral como deveriam e, por isso, ele espera uma queda de produtividade ainda maior na próxima safra.