Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Chuva no momento errado prejudica colheita da soja em Mato Grosso

Em Campos de Júlio, os mais de 800 mm acumulados em 10 dias atrapalham os trabalhos no campo, afetando a qualidade dos grãos

Canal Rural | Campos de Júlio (MT)

A chuva surgiu no momento errado nas lavouras de Mato Grosso. A colheita já começou nas áreas sem irrigação, mas o excesso de umidade neste momento da safra está prejudicando os trabalhos das máquinas no campo. Com isso, o grão já está sendo prejudicado, o que afeta na rentabilidade do produtor rural.

• Produtores de Sorriso (MT) pedem estado de emergência

Na propriedade do agricultor Valdemar Zanella, em Campos de Júlio, no oeste de Mato Grosso, é aparecer um pouco de sol que as máquinas já começam a colher a soja. Assim como outros produtores do estado, ele também foi atrapalhado pelo forte El Niño do final de 2015.

– Foi um clima muito difícil, tudo no limite, com o mínimo de chuvas, as áreas não foram beneficiadas, foram chuvas irregulares – relata Zanella.

Em 400 hectares, a chuva ajudou e a planta se desenvolveu bem. A produtividade deve ser a mesma do último ciclo: média de 63 sacas por hectare. É a expectativa, mas as precipitações precisam ajudar. Isso porque a colheita está atrasada por causa do excesso de umidade. Os trabalhos deveriam ter começado em 24 de dezembro, mas só iniciou no dia 4 de janeiro. Esta demora deverá impactar na qualidade dos grãos.

– Do Natal até hoje, já estamos com 800 mm acumulados de chuva. A soja deveria estar colhida e agora temos soja ardendo, passando do tempo de colher. Já estamos tendo prejuízo – afirma o sojicultor.

Grãos já começam a perder a qualidade por causa do atraso na colheita (Pedro Silvestre/Canal Rural)
Grãos já começam a perder a qualidade por causa do atraso na colheita (Pedro Silvestre/Canal Rural)

O cenário mudou a rotina do produtor. O entusiasmo com a chuva acabou dando lugar a ansiedade para que ela pare, para que os prejuízos não se acumulem. Por isso, Valdemar Zanella não sai do campo, acompanhando qualquer brecha no tempo para começar a colher. É com este vai e vem que o agricultor está conseguindo colher cinco mil hectares.

Nesta safra, Zanella cultivou 8400 hectares de soja, sendo 70% da variedade convencional e 30% com a tecnologia RR. Segundo o gerente da fazenda, o investimento maior em soja convencional teve um objetivo.

– A gente estava plantando bastante a soja RR, mas como nossa região tem bastante nematoide, a gente optou pela maior parte de convencional este ano, porque a variedade tem uma boa resistência para nematoide e vem dando bom resultado – avalia o gerente técnico da propriedade, Marcos Adriano Stor.

Sem lucro

A família Zanella também está incomodada com a produtividade final da safra. O motivo é que, se a umidade persistir, a produção será menor. Elton Zanella, filho do Valdemar, cuida da comercialização e 60% da safra já foi negociada. Qualquer perda vai diminuir o lucro.

– O câmbio atrapalhou o pouco de lucro que a gente vinha conseguindo. A agricultura gira em torno do dólar, com essa alta das contas, eu não sei se a gente empata os custos este ano – projeta Elton.

Veja a reportagem:

>>> Veja mais notícias sobre soja

Sair da versão mobile