Chuva e granizo explicam a safra 30% mais enxuta do produtor Antônio Alcir Coutinho, que cultiva 52 hectares em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. A lavoura dele foi escolhida para o evento que marca a abertura oficial da colheita da planta. Da mesma forma que Coutinho, outros 10 mil agricultores dos três estados do Sul também devem colher menos nesse ciclo, por conta do clima.
Neste ano, a expectativa é colher 307.060 toneladas de fumo nos pouco mais de 145 mil hectares plantados no Rio Grande do Sul. As plantas que estavam em fase final de desenvolvimento sofreram com a chuva: “Ainda é cedo pra afirmar, mas devemos ter quebra de safra por isso. Algumas lavouras do Vale do Rio Pardo vão ter perdas com certeza, pois foi raro o número de produtores que conseguiu replantar”, afirma Paulo Vicente Ogliari, gerente técnico da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil).
O clima também pode comprometer a qualidade: “Até o início de outubro, a qualidade estava excelente, mas a chuva do início deste mês mudou o cenário. Começou a lavar algumas lavouras, outras encharcaram e estão afogando as plantas”, afirma Paulo Vicente.
O fumo é o segundo principal produto da pauta de exportação do Rio Grande do Sul. Em 2016, foram embarcadas 483 mil toneladas, com valor total de US$ 2,12 bilhões para 90 países, segundo o Sinditabaco.