Com pedidos de ajuda para driblar a crise, a colheita foi aberta oficialmente na sexta, dia 10, em Fraiburgo, no Meio-Oeste. O município é responsável por 20% da produção nacional da fruta, mas a área plantada está diminuindo. Os dados da região também refletem a realidade nacional do setor de maçãs. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), somente neste ano, o país perdeu 1,5 mil hectare de macieiras.
Essa queda na plantação tem origem na década de 1990, quando as linhas de financiamento de crédito aos produtores eram bastante acessíveis. Naquela época, com a inflação em alta, muita gente pegou dinheiro emprestado e não conseguiu pagar.
Em 2010, o setor enfrentou uma das piores crises, quando o preço do quilo da maçã, R$ 0,40 em média, não cobria o preço do custo de produção, que era de R$ 0,55.
Só nos pomares de Fraiburgo são contratados 11 mil trabalhadores em época de colheita. E para que as vagas continuem existindo, um dos pedidos dos produtores é conseguir subsídios junto ao governo federal para instalar telas contra o granizo. Neste ano, cerca de 25% da produção catarinense foi afetada pelos temporais.
Durante a abertura da colheita, os produtores expuseram ao governador Raimundo Colombo as necessidades do setor, que cobra mais investimentos e apoio à pesquisa. Uma das promessas do governo é investir na divulgação da fruta. Outra medida seria inserir a maçã na merenda escolar.
O diretor da Associação Brasileira de Produtores de Maçã, Moises de Albuquerque, diz que, com o aumento na oferta e a concentração do mercado, uma caixa de 18 quilos é comprada por R$ 24 dos distribuidores e vendida no comércio por R$ 74. E os investimentos do setor são altos. Além das dívidas com insumos, são gastos R$ 30 mil para instalar telas anti-granizo em cada hectare.