“As chuvas tão esperadas pelos produtores do Sul do país finalmente voltaram a atingir a região nesta semana. Apesar de bastante irregulares e com pouco volume, elas já serviram para levar algum alívio às lavouras de soja desta safra 2011/2012, especialmente as do Rio Grande do Sul. No Centro-Oeste, por outro lado, a umidade em excesso tem atrapalhado a colheita”, avalia a AgRural.
Em Mato Grosso, a colheita atinge 7% da área destinada ao grão, ante 3% na semana anterior. O índice supera os 5% de um ano atrás, quando o atraso no plantio resultou em colheita mais tardia, mas está um ponto abaixo da média de cinco anos. Em Mato Grosso do Sul, as máquinas passaram por 1% da área, em linha com a média. No Paraná, 2% da área foi colhida, um ponto acima da média. Os trabalhos ainda não começaram no Rio Grande do Sul.
A AgRural já registra casos de soja entregue aos armazéns com maior quantidade de grãos avariados e porcentual mais alto de umidade, por conta das chuvas na região Centro-Oeste. “Mas, apesar disso, a produtividade das primeiras áreas colhidas é muito boa. Em Campo Verde, sul de Mato Grosso, onde as chuvas foram mais intercaladas, a colheita está avançando a todo vapor e fala-se em média de 55 sacas por hectare até agora”, destaca a consultoria.
Entretanto, não são apenas as chuvas acima da média que tornam a colheita mais lenta que o esperado. Devido à longa sequência de dias nublados durante o desenvolvimento das lavouras no Centro-Oeste, o ciclo da soja teve um alongamento entre cinco e dez dias. Por isso, o volume de grãos prontos para a colheita é menor que o normal, destaca a AgRural.
Comercialização avança
A comercialização da safra 2011/2012 de soja do Brasil avançou dois pontos porcentuais na última semana e alcançou 49% da produção prevista em 74,4 milhões de toneladas até sexta, de acordo com a consultoria Céleres. O ritmo está dois pontos à frente do que foi registrado no mesmo período do ano passado.
No mercado doméstico, os preços voltaram a registrar ganhos, acompanhando o cenário positivo dos preços externos e a firmeza dos prêmios de exportação. Pesquisas da Céleres mostraram alta de 1% nas cotações da oleaginosa na semana, e de 2,7% no intervalo de 30 dias.
No Porto de Paranaguá (PR), a venda com entrega para março deste ano registrou prêmio de exportação de US$ 0,62 por bushel, em linha com a semana anterior. A cotação da saca em Paranaguá terminou a semana a US$ 27,60, alta de 2,6% em sete dias. Em reais, o preço ficou em R$ 48,00 a saca, com ganho de 1,4% na semana.