A afirmação foi feita nesta segunda, dia 22, pela França Junior Consultoria, que estima produção em quase 97 milhões de toneladas.
– Em função do atraso no plantio do Mato Grosso, a colheita no geral deve atrasar uns 15 a 20 dias. Portanto, em dezembro não haverá colheita significativa. Pouca coisa no início de janeiro, mas embala mesmo a partir da segunda quinzena de janeiro – afirmou Flávio França Junior.
Segundo o analista, é possível que apenas alguns poucos lotes sejam colhidos entre o final deste ano e o início de 2015, no oeste do Paraná.
Após o atraso no plantio, o tempo se regularizou e tem favorecido o desenvolvimento das lavouras, afirmou ele, que revisou para cima a expectativa de produtividade média do Brasil para 3,074 mil kg por hectare, ante 3,045 mil kg por hectare do levantamento anterior, com um crescimento de 6% ante a média da safra passada, prejudicada pelo clima.
Com uma revisão para cima no plantio para 31,528 milhões de hectares, perto do ponto mais alto da estimativa inicial, a produção foi projetada por França Junior em históricos 96,916 milhões de toneladas, ante 94,8 milhões na projeção de outubro, o que significa um aumento de mais de 10 milhões de toneladas na comparação com a temporada anterior.
O consultor alertou, no entanto, para a necessidade de o clima continuar colaborando, por conta da concentração do período de plantio após o tempo seco, o que deixa uma parcela maior das lavouras suscetíveis a eventuais problemas climáticos.
– As consequências do atraso são o maior risco para problemas de clima – disse ele, lembrando que boa parte da safra foi plantada ao mesmo tempo, em um período muito curto.
Se o plantio tivesse sido mais escalonado, o risco climático ficaria diluído, considerando que algumas fases do desenvolvimento da safra, como o enchimento de grãos, exigem mais chuvas do que outras.
Ele disse ainda que a concentração da maior parte da colheita em um mesmo período, em função do atraso no plantio, também deverá resultar em um aumento nos custos de frete, assim como na formação de congestionamentos nos portos.