– Por mais que a safra deste ano não atinja o potencial esperado, o estoque do ano passado represado diminui a capacidade dos armazenadores. É mais um problema que produtores, cooperativas e cerealistas precisarão solucionar – destacou o presidente da comissão do Trigo da Farsul, Hamilton Jardim.
As condições adversas que prejudicaram o plantio seguiram afetando negativamente a cultura ao longo de todo o ciclo, atrapalhando o manejo. Com isso, Jardim acredita que deva haver alguma dificuldade para separar o cereal de qualidade do de baixa qualidade, em algumas regiões do Estado.
• Problemas climáticos devem reduzir produtividade e qualidade do trigo nesta safra
– Durante novembro, devemos ter uma compensação em relação a volume e qualidade nos leilões da Conab – afirmou Jardim. O dirigente acredita que através das operações do governo, o maior volume de trigo gaúcho deve ser comercializado no mês de novembro.
O primeiro leilão, realizado no dia 7 de outubro, que tinha produto do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, encontrou demanda para apenas 42,5% das 160 mil toneladas ofertadas, restando 92 mil toneladas. O valor total da operação foi de R$ 9.246.655,34. O leilão do dia 16 do mesmo mês ofertou novamente 160 mil toneladas do cereal para Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e negociou 94,17% deste total, com o valor da operação de R$ 19.881.447,35. No dia 23, outras 160 mil toneladas foram ofertadas aos mesmos Estados. Destas, só houve demanda para 59,79%, com o valor total da operação de R$ 11.950.575,58.
Já no leilão do dia 30 de outubro, que contará com a participação de 100 mil toneladas de trigo gaúcho, serão ofertadas 206 mil toneladas da safra 2014/2015 para Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Paraná espera valorização e restringe oferta
Apesar de as vendas do trigo paranaense desta temporada estarem atrasadas em relação às quatro safras anteriores, produtores passaram a restringir a oferta do grão de boa qualidade, de acordo com o Cepea.
As preocupações com a qualidade do trigo, especialmente do Rio Grande do Sul, abrem expectativas de valorização do cereal do Paraná, de melhor qualidade, nos próximos meses.
Moinhos, no entanto, passaram a comprar apenas pequenos volumes, mantendo a exigência de produto de boa qualidade. No mercado brasileiro de derivados, melhorou a liquidez da farinha de trigo, segundo informações do Cepea. Representantes de moinhos afirmam que a demanda tem sido puxada pelos preços menores do produto e também pela diminuição dos estoques dos compradores. Já a demanda no segmento de farelo de trigo desaqueceu devido à baixa de preços do milho, à maior oferta de triguilho destinado à ração animal e também à recuperação de moagem das farinhas.