Colheita da uva começa sob o impacto da seca no Sul do Brasil

Expectativa é de que produção seja 15% menor, mas tempo seco deve favorecer qualidade da frutaPela primeira vez, a solenidade de abertura da colheita da uva no Rio Grande do Sul ocorreu na fronteira do Estado, em Santana do Livramento, de onde parte cerca de 15% da produção nacional de vinhos finos do país. O secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, visitou nesta quinta, dia 2, uma propriedade com parreirais irrigados, realidade pouco comum na produção de uvas no Estado, mas que desponta como forte tendência.

Atualmente, menos de 10% dos parreirais são irrigados no Rio Grande do Sul. O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) estima que esse percentual deva aumentar a cada ano. O diretor executivo da entidade, Carlos Raimundo Paviani, diz que o Ibravin tenta obter do governo uma linha de crédito específica para irrigação. A implantação do sistema nos parreirais custa cerca de R$ 10 mil por hectare. Apesar do custo elevado, o procedimento vale a pena. A seca, explica Paviani, ainda que seja favorável à qualidade da uva, baixa sua produtividade. Neste ano, deve-se colher 15% a menos do que em 2011.

Mainardi, por sua vez, afirma que a produção de vinhos finos está consolidada na região da campanha e da fronteira do Estado.

– Teremos uvas de excelente qualidade, apesar da produção ser menor do que a do ano passado – avalia o secretário.