Colheitadeiras puxam para baixo venda e produção de máquinas agrícolas

Apesar de queda em dezembro, média anual foi positiva para o setorO mercado de colheitadeiras puxou as vendas e a produção de máquinas agrícolas para baixo em dezembro de 2008. Mas apesar das reduções, o ano passado trouxe resultados bastante positivos para o setor. Os dados foram apresentados nessa quinta, dia 8, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo.

As vendas de veículos tiveram record, chegando a 2,8 milhões de unidades, mesmo com a queda de quase 20% no último mês. Os veículos flex fuel representaram mais de 87% da frota, contra 85% em 2007, e o setor de máquinas agrícolas também comemora: as vendas internas aumentaram 42% em relação ao ano anterior, enquanto que a produção cresceu quase 31%.

O problema é que apesar de um fechamento de ano positivo para o setor de máquinas agrícolas, o mês de dezembro apresentou queda de 14% nas vendas e de 28% na produção de maquinário. Segundo dirigentes da Anfavea, essas reduções se devem principalmente ao mercado de colheitadeiras.

? As colheitadeiras apresentaram uma queda muito significativa de vendas e, justamente na época em que se vende para a colheita da safra que começa em janeiro e vai até março em várias culturas do agrobusiness brasileiro. Isso, motivado em razão de questões de inadimplência e crédito que ainda precisam encontrar uma solução definitiva ? aponta o presidente da associação, Jackson Schneider.

O desempenho negativo do mercado de colheitadeiras refletiu no emprego. Em dezembro, foram 1,24 mil postos a menos de trabalho no setor de máquinas agrícolas. Já as exportações tiveram resultado positivo: mais de 30 mil máquinas foram vendidas ao mercado externo, gerando US$ 2,8 bilhões. Mas questionados sobre as projeções de produção e comercialização para 2009, a direção da Anfavea diz que é melhor aguardar.

? O mês de janeiro deverá nos mostrar o perfil dessas renegociações e como tal é um fator importante, junto com as disponibilidades dos agentes financeiros e com as novas medidas do Plano Safra desse ano, que são muito importantes para que a indústria possa projetar sua produção para 2009 ? afirma o vice-presidente de agronegócio, Gilberto Zago.