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Com chuva, hidrovia Tietê-Paraná é reativada em São Paulo

Primeiro comboio a utilizar a via, que foi interrompida durante quase dois anos, seguiu para Goiás para carregar soja que será transportada até o Porto de Santos

Após 20 meses de interrupção, a Hidrovia Tietê-Paraná voltou a operar o transporte de cargas na manhã desta segunda, dia 8, na região noroeste do estado de São Paulo. O primeiro comboio passou pela eclusa da Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava, em Buritama, seguindo para São Simão, em Goiás, para carregar soja destinada ao Porto de Santos.

O transporte estava suspenso em razão do baixo nível do Rio Tietê, afetado pela severa estiagem de 2014 e pelo uso da água na geração de energia. Foram prejudicadas, sobretudo, as cargas de longo percurso, como soja e milho embarcados em São Simão para descarga em Santos, e a celulose e madeira da região de Três Lagoas (MS).

As chuvas do fim de 2015, que se intensificaram em janeiro deste ano, recuperaram o nível do rio, que subiu cinco metros no trecho mais crítico. Barcos leves já estavam passando desde o mês passado. Com a retomada, o fluxo de embarcações na hidrovia deve se intensificar nas próximas semanas. Nesta terça, dia 9, um comboio deve passar pela eclusa de Buritama em direção a Santos.

Conforme estimativa do Departamento Hidroviário (DH), da Secretaria de Logística e Transportes do estado, em um ano devem ser transportadas seis milhões de toneladas pelo trecho da hidrovia, com destaque para soja, celulose e insumos para adubação. Ainda segundo o DH, um comboio no rio transporta um volume equivalente à carga de 200 caminhões nas estradas.

A hidrovia é alternativa para o transporte de cargas geradas também nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. O governo paulista fez negociações com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), do governo federal, para que seja mantida a quota mínima nos reservatórios de Ilha Solteira e Três Irmãos, no percurso da hidrovia, para garantir a passagem de barcos de maior calado, com mais capacidade de carga.

Durante o período da estiagem, foram realizadas obras para a redução de gargalos no trecho paulista da hidrovia, como a proteção dos vãos de pontes e a construção de atracadouro de espera na eclusa de Bariri.

Este mês, deve ser publicado o edital para a ampliação do Canal de Avanhandava. Num trecho de dez quilômetros, o canal terá mais de 2,4 metros de profundidade, possibilitando a passagem de embarcações de grande calado. As obras devem ser iniciadas em maio, com previsão de conclusão em 29 meses, ao custo de R$ 287 milhões.

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