Nas próximas quatro safras, até a 2015/2016, os investidores ficarão com 75% do açúcar e do etanol produzidos na safra e a Nova União com 25%. Segundo Alexandre André Mendonça, diretor-presidente da Nova União, nesta primeira safra a receita será destinada à manutenção da usina e das lavouras e ao pagamento dos 2 mil funcionários contratados. Só a partir de 2013, como previsto no plano de recuperação judicial a ser apresentado até o final de março, parte dos recursos gerados será para o pagamento de credores.
De acordo com o executivo, a safra deve começar em 15 de maio, com a produção inicial apenas de etanol, e a partir de junho haverá uma migração total para o açúcar.
– Os investidores da Shakar colocarão R$ 8 milhões na usina para produzir açúcar cristal, além do VHP (demerara). Esse açúcar será exportado, já que os paquistaneses possuem um armazém em Dubai (Emirados Árabes) e uma estrutura de distribuição na África – disse Mendonça.
A previsão é que a Nova União processe entre 600 mil e 800 mil toneladas de cana em 2012/2013 e chegue a 1,8 milhão de toneladas em 2015/2016. A usina tem capacidade de processar 2,5 milhões de toneladas de cana por safra. A Nova União enfrentou uma série de problemas financeiros desde a última década, com a troca de investidores e sócios, até que o empresário Jorge Cury comprou a participação de outros sócios e ficou com a companhia. Já a Shakar, além dos paquistaneses, tem o controle do empresário Daniel Zenebri, de Sorocaba (SP), proprietário também da Infinity Trading. Além da Nova União, a Shakar assumiu a massa falida da Usina Catende, em Pernambuco.
De acordo com Angelo Guerra Neto, sócio da Exame Auditores Independentes e responsável pelo plano de recuperação judicial da Nova União, caso a proposta seja apresentada até o final deste mês, uma assembleia de credores deve ocorrer até junho.
– Acreditamos que, com a retomada e o contrato com empresa, teremos uma maior adesão dos credores ao plano, pois a usina será novamente viabilizada – avaliou.