Os municípios de Arroio Grande, Bagé, Jaguarão e Rio Grande já encerraram essa fase. Segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), a região sul do Estado é a que está mais adiantada no plantio, com 99,1% da área semeada. A fronteira oeste, maior produtora, finalizou 97% de sua área e outra grande região produtora gaúcha, a depressão central, registra 87% do plantio finalizado.
Fernando Hoerbe, produtor do município de Cachoeira do Sul, na região central do Estado, terminou a semeadura na sua propriedade em meados de novembro. As primeiras áreas plantadas, que estão sendo acompanhadas de perto por ele e pelo filho Daniel, já estão adiantadas.
A lavoura de arroz da família foi plantada no dia 28 de setembro e já está perfilhando. Dentro de 30 dias deve começar a fase reprodutiva que, segundo os produtores, é a mais crítica da cultura.
– A fase reprodutiva é quando se determina o número de grãos que será obtida na lavoura. Essa fase precisa se desenvolver durante o período mais quente do ano, por volta de dezembro e início de janeiro, por isso nos preocupamos em colocar a lavoura na época mais recomendada – explica Hoerbe.
Este ano, o produtor reduziu em 11% a área plantada em relação ao ano passado. A última lavoura foi semeada pela família na metade de outubro, quando o ideal seria final de setembro. O atraso, segundo ele, gera uma expectativa de produtividade menor, já que a plantação fica mais suscetível aos eventos climáticos.
– Em outubro choveu bastante, a gente precisava preparar o solo ainda e concentramos esse preparo de solo. Quando passaram as chuvas, esse fator determinante para preparar o solo, conseguimos fazer a semeadura – conta Hoerbe.
Segundo o Irga, a expectativa é de que esta seja a segunda maior safra de arroz no Rio Grande do Sul, com oito milhões de toneladas produzidas em uma área total de mais de um milhão de hectares. O número recorde registrado foi na safra 2010/2011, que atingiu nove milhões de toneladas. Com menos arroz no mercado, os produtores devem negociar com preços em alta./ Hoje, a média da saca de 50 quilos está em R$ 35,00.
– Deve haver uma redução normal na produção, mas o preço deve se manter em um patamar próximo do que está agora, já que o estoque do país está muito baixo. Hoje, o estoque é de 1,2 milhão de toneladas e a projeção é de 800 mil toneladas para safra de 2013/2014 – afirma o coordenador da Câmara Setorial do Arroz, César Marques.
Neste cenário, é a expectativa de preços melhores que anima os produtores, segundo Hoerbe.
– Temos uma expectativa de comercialização boa para a próxima safra. Nós tivemos um 2011 horrível, 2012 foi um ano um pouco melhor e esperamos que 2013 seja ainda melhor. Esperamos alguma coisa não inferior a R$ 35,00 a saca para que a atividade tenha um pouco de remuneração.